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Uso da web dispara e reduz custo de banco
Em 2005, correntistas fizeram 5,8 bilhões de operações usando a internet contra só 3,7 bilhões realizadas nos caixas
Mudança turbina os lucros pois o custo na rede é de
R$ 0,10, enquanto no caixa chega a R$ 1,10, segundo sindicato dos bancários
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A internet ganha cada vez
mais a preferência dos clientes
de bancos. Em 2005, as transações pela rede bateram de longe as realizadas pessoalmente
no caixa, ampliando a vantagem constatada já em 2004.
Comodidade e rapidez são os
principais tópicos apontados
para explicar o fenômeno.
Em 2005, as operações bancárias feitas pela internet totalizaram 5,85 bilhões. As feitas
no caixa somaram apenas 3,72
bilhões. Há muito pouco tempo, em 2003, a realidade era
bem diferente: naquele ano, as
transações via internet chegaram a 2,63 bilhões, enquanto as
no caixa bateram os 4,45 bilhões. Os dados pertencem a
estudo feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
"A internet trouxe várias comodidades para o cliente. Ele
não tem mais que sair de casa
para fazer suas operações bancárias. As pessoas podem agora
até agendar pagamentos de
contas, além de poder cuidar de
suas contas mesmo viajando",
diz Luís Marques de Azevedo,
consultor da Febraban.
Um rápido crescimento no
número de pessoas com acesso
ao internet banking também
ocorreu nos últimos anos. De
um universo de 8,3 milhões de
pessoas em 2000, chegou-se ao
número de 26,3 milhões no fim
de 2005 -ano que registrou
um aumento de 45,3% em relação a 2004.
As operações de pessoa física
e jurídica feitas em 2000 via internet representaram 3,7% do
total das transações bancárias.
No ano passado, já haviam alcançado 17% do total.
Além da explosão do uso da
internet, os postos de auto-atendimento também têm ganhado considerável terreno
nos últimos anos. Em 2000, foram contabilizadas 6,16 bilhões
de operações por esse meio. Em
2005, somaram 10,79 bilhões.
Para os bancos, essa informatização dos clientes é bastante
vantajosa, com queda em seus
custos operacionais.
"As instituições financeiras
só têm a comemorar essa mudança no perfil de seus clientes.
Caem os custos operacionais e
se reduz a necessidade de ampliar o quadro de funcionários.
Esse movimento se refletiu
também na diminuição no volume de cheques compensados,
que eram mais onerosos para
os bancos", afirma Edson Carminatti, analista financeiro do
Inepad (Instituto de Ensino e
Pesquisa em Administração).
O número de cheques compensados em 2005 caiu 7,93%
se comparado a 2004. No ano
passado, foram 1,94 bilhão de
cheques compensados. Em
2000, foram 2,64 bilhões.
E isso tem ocorrido em um
período em que cada vez mais
pessoas têm acesso aos serviços
bancários -a bancarização. De
2000 para 2005, o número de
contas-correntes saltou de 63,7
milhões para 95,1 milhões.
Segundo informação do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região, o custo
médio para os bancos em um
operação feita no caixa é de R$
1,10. Quando a operação é feita
por um meio eletrônico (internet ou caixa eletrônico), esse
custo cai drasticamente, para
R$ 0,10.
"O canal internet representou um benefício excepcional
para os dois lados. O cliente
passou a poder fazer suas operações a qualquer momento e
em qualquer lugar. E, para os
bancos, o sistema é um filé mignon, explicando parte dos crescentes ganhos das instituições", afirma Azevedo.
"É indiscutível que os bancos
tiveram grandes benefícios
com essa mudança no perfil das
operações. Além de custos menores, não tiveram de ampliar
expressivamente o número de
agências e funcionários para
acomodar o crescimento da
bancarização no país", diz Carminatti.
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