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Analista vê estouro de bolha de commodities
DA BLOOMBERG
A bolha das commodities não
deve estourar antes do quarto
trimestre deste ano, quando a
alta das taxas de juros provocar
uma desaceleração da economia mundial e da demanda por
petróleo bruto, cobre e outras
matérias-primas, segundo análise do banco francês Société
Générale.
Commodities como o zinco e
a platina alcançaram recordes
nos últimos meses. E seus preços podem subir mais ainda no
terceiro trimestre devido a especulações sobre interrupções
do fornecimento e a diminuição dos estoques, disse Frédéric Lasserre, chefe do setor de
pesquisa de commodities do
Société Générale, terceiro
maior banco francês.
Popularidade
"A idéia de uma bolha está
começando a ganhar popularidade entre os investidores",
disse Lasserre. "Mas a bolha
não deve estourar antes de haver um consenso de que ela
existe. Ainda não chegamos
nesse ponto."
Os preços das commodities,
de acordo com o índice Reuters/Jefferies CRB, têm subido
há quatro anos consecutivos,
no mais longo período de alta
desde o início da década de
1970. No terceiro trimestre
deste ano, os preços dos metais
industriais superarão os dos
metais preciosos, que por sua
vez superarão os preços dos
combustíveis, prevê o Société
Générale.
O índice recuou 6,4% na semana encerrada em 19 de maio,
no maior declínio desde 1980.
"Acreditamos que essa correção ainda não marcará o final
do mercado altista e que esse
desempenho espetacular deverá se manter até o quarto trimestre", disse Lasserre.
Investidores divididos
Os investidores estão divididos sobre se o mercado altista
das commodities já chegou ao
fim. Stephen Roach, economista-chefe do banco americano
Morgan Stanley, disse em 15 de
maio passado que a bolha vai
estourar quando o crescimento
da China desacelerar. Jim Rogers, ex-sócio de George Soros
no setor de investimentos, afirmou em 12 de maio que os preços recorde das matérias-primas continuarão subindo, num
momento em que a demanda
supera a oferta.
O cobre mais do que dobrou
de valor nos últimos 12 meses.
A prata subiu 65% no período, e
o ouro se valorizou 52%.
O petróleo alcançou a cotação recorde de US$ 75,35 por
barril em 21 de abril passado.
Lasserre comparou a bolha das
commodities à disparada das
ações de tecnologia no final da
década de 1990. Esse tipo de
bolha tende a durar em média
entre nove e 12 meses, segundo
sua análise.
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