São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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Analista vê estouro de bolha de commodities

DA BLOOMBERG

A bolha das commodities não deve estourar antes do quarto trimestre deste ano, quando a alta das taxas de juros provocar uma desaceleração da economia mundial e da demanda por petróleo bruto, cobre e outras matérias-primas, segundo análise do banco francês Société Générale.
Commodities como o zinco e a platina alcançaram recordes nos últimos meses. E seus preços podem subir mais ainda no terceiro trimestre devido a especulações sobre interrupções do fornecimento e a diminuição dos estoques, disse Frédéric Lasserre, chefe do setor de pesquisa de commodities do Société Générale, terceiro maior banco francês.

Popularidade
"A idéia de uma bolha está começando a ganhar popularidade entre os investidores", disse Lasserre. "Mas a bolha não deve estourar antes de haver um consenso de que ela existe. Ainda não chegamos nesse ponto."
Os preços das commodities, de acordo com o índice Reuters/Jefferies CRB, têm subido há quatro anos consecutivos, no mais longo período de alta desde o início da década de 1970. No terceiro trimestre deste ano, os preços dos metais industriais superarão os dos metais preciosos, que por sua vez superarão os preços dos combustíveis, prevê o Société Générale.
O índice recuou 6,4% na semana encerrada em 19 de maio, no maior declínio desde 1980.
"Acreditamos que essa correção ainda não marcará o final do mercado altista e que esse desempenho espetacular deverá se manter até o quarto trimestre", disse Lasserre.

Investidores divididos
Os investidores estão divididos sobre se o mercado altista das commodities já chegou ao fim. Stephen Roach, economista-chefe do banco americano Morgan Stanley, disse em 15 de maio passado que a bolha vai estourar quando o crescimento da China desacelerar. Jim Rogers, ex-sócio de George Soros no setor de investimentos, afirmou em 12 de maio que os preços recorde das matérias-primas continuarão subindo, num momento em que a demanda supera a oferta.
O cobre mais do que dobrou de valor nos últimos 12 meses. A prata subiu 65% no período, e o ouro se valorizou 52%.
O petróleo alcançou a cotação recorde de US$ 75,35 por barril em 21 de abril passado. Lasserre comparou a bolha das commodities à disparada das ações de tecnologia no final da década de 1990. Esse tipo de bolha tende a durar em média entre nove e 12 meses, segundo sua análise.


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