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Verba do BNDES a shopping e grandes lojas cresce 40%
Renda e crédito em alta estimulam empresários, e financiamentos superam 2006
Carrefour toma empréstimo de R$ 690 mi para expansão; Pão de Açúcar capta
R$ 187 mi para a abertura de 15 lojas e reforma de 122
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A recuperação da renda e a
maior oferta de crédito aumentaram a procura por financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para o setor de varejo.
Os empréstimos para shoppings e lojas de departamento
cresceram 40% de janeiro a
abril e somaram R$ 131,9 milhões, mais da metade do volume financiado em todo o ano
passado, de R$ 241 milhões.
Segundo Carlos Castello
Branco, chefe do departamento
de Comércio, Serviços e Turismo, a procura por operações de
grande porte tem sido liderada
pelo varejo (supermercados,
lojas de departamento).
"O varejo está aquecido com
a melhoria da renda e o crédito
consignado. Com a queda dos
juros, as pessoas voltam a olhar
para as prestações para ver se
elas cabem no bolso", disse
Castello Branco.
Ele citou como exemplo uma
operação de financiamento para a rede francesa Carrefour, de
R$ 692 milhões. Os recursos
serão usados para expansão e
modernização da rede de lojas,
além de investimentos em tecnologia de informação.
Castello Branco ressalta que
a maioria dos pedidos de empréstimo se refere a reformas
nas lojas ou a criação de novas
unidades. "Quem lida com o
consumidor final precisa manter lojas arrumadas e com reformas constantes, caso contrário perde clientes. O cenário
atual é de grande concorrência", disse.
Além disso, são necessários
investimentos em centros de
distribuição e em modernização do sistema de informações.
Supermercados
Atualmente, 37% da carteira
de projetos é destinada a supermercados. O banco aprovou
ainda um empréstimo de R$
187 milhões para a abertura de
15 lojas do Pão de Açúcar e reforma de outras 122, com mudanças de layout, fachadas, pisos e modernização de equipamentos.
As lojas de departamento representam 22% da carteira, e os
shoppings, 17%. Recentemente, o banco financiou a construção do shopping Leblon, na zona sul do Rio, com R$ 60 milhões. Em São Paulo, financiou
o shopping Cidade Jardim, com
R$ 64 milhões.
Turismo
A carteira de projetos do banco para comércio, serviços e turismo soma R$ 5 bilhões entre
projetos aprovados, contratados ou em análise. O único segmento que tem se comportado
abaixo das expectativas é o turismo. Os desembolsos diretos
até abril ficaram estáveis em
relação ao ano passado e somaram R$ 17,3 milhões.
Segundo Castello Branco,
um dos fatores que pode interferir na baixa procura é o custo
do empréstimo. "Empreendimentos localizados no Norte e
Nordeste conseguem financiamentos mais baratos nos fundos constitucionais. Algumas
vezes o custo do BNDES não
consegue ser competitivo", disse ele.
De modo geral, o custo do financiamento é de TJLP (Taxa
de Juros de Longo Prazo, atualmente em 6,5% ao ano) mais
1,5% e mais uma taxa de risco,
que varia de 0,8% a 1,8%. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, reuniu-se recentemente
com o presidente do banco, Luciano Coutinho, para discutir
melhores condições de financiamento para o setor.
O banco de fomento tem discutido com o Ministério do
Meio Ambiente investimentos
em parques nacionais. Financiou uma empresa que venceu
licitação para explorar parte da
área do parque de Foz do Iguaçu. "Com mais infra-estrutura,
o parque recebe mais visitas, e
isso leva atividade econômica
para a região. Queremos repetir esse modelo", disse.
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