São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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Verba do BNDES a shopping e grandes lojas cresce 40%

Renda e crédito em alta estimulam empresários, e financiamentos superam 2006

Carrefour toma empréstimo de R$ 690 mi para expansão; Pão de Açúcar capta R$ 187 mi para a abertura de 15 lojas e reforma de 122


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A recuperação da renda e a maior oferta de crédito aumentaram a procura por financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor de varejo.
Os empréstimos para shoppings e lojas de departamento cresceram 40% de janeiro a abril e somaram R$ 131,9 milhões, mais da metade do volume financiado em todo o ano passado, de R$ 241 milhões.
Segundo Carlos Castello Branco, chefe do departamento de Comércio, Serviços e Turismo, a procura por operações de grande porte tem sido liderada pelo varejo (supermercados, lojas de departamento).
"O varejo está aquecido com a melhoria da renda e o crédito consignado. Com a queda dos juros, as pessoas voltam a olhar para as prestações para ver se elas cabem no bolso", disse Castello Branco.
Ele citou como exemplo uma operação de financiamento para a rede francesa Carrefour, de R$ 692 milhões. Os recursos serão usados para expansão e modernização da rede de lojas, além de investimentos em tecnologia de informação.
Castello Branco ressalta que a maioria dos pedidos de empréstimo se refere a reformas nas lojas ou a criação de novas unidades. "Quem lida com o consumidor final precisa manter lojas arrumadas e com reformas constantes, caso contrário perde clientes. O cenário atual é de grande concorrência", disse.
Além disso, são necessários investimentos em centros de distribuição e em modernização do sistema de informações.

Supermercados
Atualmente, 37% da carteira de projetos é destinada a supermercados. O banco aprovou ainda um empréstimo de R$ 187 milhões para a abertura de 15 lojas do Pão de Açúcar e reforma de outras 122, com mudanças de layout, fachadas, pisos e modernização de equipamentos.
As lojas de departamento representam 22% da carteira, e os shoppings, 17%. Recentemente, o banco financiou a construção do shopping Leblon, na zona sul do Rio, com R$ 60 milhões. Em São Paulo, financiou o shopping Cidade Jardim, com R$ 64 milhões.

Turismo
A carteira de projetos do banco para comércio, serviços e turismo soma R$ 5 bilhões entre projetos aprovados, contratados ou em análise. O único segmento que tem se comportado abaixo das expectativas é o turismo. Os desembolsos diretos até abril ficaram estáveis em relação ao ano passado e somaram R$ 17,3 milhões.
Segundo Castello Branco, um dos fatores que pode interferir na baixa procura é o custo do empréstimo. "Empreendimentos localizados no Norte e Nordeste conseguem financiamentos mais baratos nos fundos constitucionais. Algumas vezes o custo do BNDES não consegue ser competitivo", disse ele.
De modo geral, o custo do financiamento é de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, atualmente em 6,5% ao ano) mais 1,5% e mais uma taxa de risco, que varia de 0,8% a 1,8%. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, reuniu-se recentemente com o presidente do banco, Luciano Coutinho, para discutir melhores condições de financiamento para o setor.
O banco de fomento tem discutido com o Ministério do Meio Ambiente investimentos em parques nacionais. Financiou uma empresa que venceu licitação para explorar parte da área do parque de Foz do Iguaçu. "Com mais infra-estrutura, o parque recebe mais visitas, e isso leva atividade econômica para a região. Queremos repetir esse modelo", disse.


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