São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Juro deve fechar o ano em 13,25%, diz Werlang

Num comunicado seco, sem dar margens a interpretações, o Banco Central elevou ontem, por unanimidade, a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Foi a segunda alta consecutiva da taxa de juro.
Na reunião de abril, quando a taxa também subiu 0,5 ponto, o Banco Central tinha deixado entender que esse novo ciclo de alta dos juros seria mais curto.
Dessa vez, a autoridade monetária preferiu adotar a cautela. De lá para cá, a inflação subiu acima das projeções do mercado e muitos analistas chegaram a prever uma alta dos juros de 0,75 ou até um ponto percentual na reunião de ontem do Copom.
"A alta de meio ponto era a de maior probabilidade, mas não descartava uma elevação e até 0,75 ponto", diz Sérgio Werlang, diretor do Banco Itaú e ex-Banco Central.
A dúvida, agora, no mercado, é qual será o tamanho do ajuste necessário a ser feito pelo Banco Central para fazer com que a inflação volte ao centro da meta, de 4,5%, em 2009. As previsões para este ano são as de que o índice fique entre 5,5% e 6%.
Para Sérgio Werlang, serão necessárias mais duas altas de 0,5 ponto no ano. Sua previsão é que a taxa básica de juro encerre o ano em 13,25%. Seria, assim, um ajuste mais brando do que foi em 2004, quando o juro subiu cerca de quatro pontos percentuais.
De acordo com o economista, só um aumento muito grande dos gastos do governo ou uma elevação ainda maior dos preços dos alimentos levariam o Banco Central a adotar uma política monetária mais restritiva. Ele acha, no entanto, que esse cenário, agora, está fora de cogitação.
Werlang afirma, no entanto, que o governo poderia ter contribuído mais para esse esforço no combate à inflação se tivesse promovido um aumento maior do superávit primário para, por exemplo, 5% do PIB.
Mas reconhece que já foi positivo o governo ter alterado a meta do superávit de 3,8% para 4,3% do PIB, mas, se o número fosse maior, o efeito sobre a inflação seria mais rápido.

REFLEXO

A Biruta Mídias Mirabolantes, que promove ações de marketing inusitadas para seus clientes no Rio, abre sua primeira filial em São Paulo. A empresa, que já fez um telão de água de 800 m2 na lagoa Rodrigo de Freitas, para a Petrobras nos jogos Pan-americanos, e um iceberg para a Coca-Cola, no rio Negro, já tem opções para divulgações internas. Segundo o sócio Rafael Liporace, a empresa criou um espelho que vira espaço publicitário em banheiros de shopping. Com um sensor, ao perceber a aproximação das pessoas, o espelho exibe a mensagem do anunciante.

Restrição ambiental a crédito pode coibir desmatamento, segundo MP

A restrição ao crédito bancário pode colaborar para o combate ao desmatamento na Amazônia. Pesquisa mostra que 46,9% dos promotores e procuradores estaduais e federais que atuam na área ambiental acreditam que a restrição ao crédito bancário vai coibir o desmatamento na Amazônia.
Já para 38,1% dos 181 entrevistados, as medidas não devem ajudar. Os dados são do anuário "Análise de Gestão Ambiental", que a Análise Editorial acaba de publicar e começa a ser distribuída na próxima semana. Outros 13,3% não têm opinião.
Quando questionados se a produção de biocombustíveis pode estimular a ampliação da fronteira agrícola no país em prejuízo das florestas, 69,7% dizem que sim. Só 18,8% responderam que não.
Cerca de 55,8% acreditam o relacionamento com o ambiente pode melhorar com a implantação de zoneamentos ecológicos econômicos previstos na Política Nacional do Meio Ambiente. Para 63,5%, a solução é definir políticas públicas.
Entre 15 bancos que também participaram da pesquisa, 11 dizem ter profissionais especializados para análise de gestão e riscos ambientais dos clientes. Mas só cinco consideram riscos socioambientais no cálculo do "rating" financeiro dos clientes.

MACHUCADO
O estilista Alexandre Herchcovitch vai assinar uma linha de curativos band-aid da Johnson & Johnson, cuja edição é limitada e passa ser vendida neste mês; a JWT é a agência de publicidade responsável pelo conceito e pelas embalagens

ECO MERCADO
O Pão de Açúcar inaugura, sábado, a primeira loja "verde" da América Latina, com gôndolas de madeira certificada e carrinhos feitos de material reciclado. O descarte das embalagens será feito na própria loja. O investimento na unidade ecológica é de R$ 7,5 milhões.

CÓDIGO
A SulAmérica Investimentos foi escolhida para gerir os recursos aplicados no OABPrev - MG, fundo de pensão multipatrocinado da Ordem de Minas. O número de advogados inscritos nas seccionais dos Estados conveniados com o OABPrev-MG é de cerca de 100 mil.

NO COURO:

JUSTIÇA PROÍBE XINGULEDER, EX-BRASPELCO, DE ALIENAR ATIVOS
Edital de protesto publicado terça no "Diário Oficial" do Rio tornou pública preocupação de bancos credores da Braspelco, que já liderou a produção e exportação de couros do país, mas que, nos últimos anos, afundada em dívidas, evaporou-se -até o nome mudou, para Xinguleder. O juiz Leonardo de Castro Gomes, da 17ª Vara Cível da Comarca do Rio, diz que os ativos da Braspelco, de Arnaldo José Frizzo Filho, são alvo de cobrança judicial e que não podem ser alienados.

LIGAÇÃO
Está em alta o número de brasileiros que levam seus celulares ao exterior. No Dia das Mães, a TIM registrou acréscimo de 35% nas ligações feitas na Itália. Dos EUA, o aumento foi de 28%, e do Uruguai, 21%. No feriado de Corpus Christi, foram identificadas chamadas originadas na Rússia, com aumento de 152% ante o mesmo período de 2007.

CANETA
Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa, assina na segunda-feira convênio de cooperação técnica com o Sebrae para expansão do crédito para micro e pequenas empresas. Neste ano, dentro das linhas destinadas a esse setor, a Caixa concedeu em sua carteira de crédito mais de R$ 9 bilhões, alta de 20% em relação ao mesmo período de 2007.


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