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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Juro deve fechar o ano em 13,25%, diz Werlang
Num comunicado seco, sem
dar margens a interpretações, o
Banco Central elevou ontem,
por unanimidade, a taxa básica
de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Foi a
segunda alta consecutiva da taxa de juro.
Na reunião de abril, quando a
taxa também subiu 0,5 ponto, o
Banco Central tinha deixado
entender que esse novo ciclo de
alta dos juros seria mais curto.
Dessa vez, a autoridade monetária preferiu adotar a cautela. De lá para cá, a inflação subiu acima das projeções do
mercado e muitos analistas
chegaram a prever uma alta dos
juros de 0,75 ou até um ponto
percentual na reunião de ontem do Copom.
"A alta de meio ponto era a de
maior probabilidade, mas não
descartava uma elevação e até
0,75 ponto", diz Sérgio Werlang, diretor do Banco Itaú e
ex-Banco Central.
A dúvida, agora, no mercado,
é qual será o tamanho do ajuste
necessário a ser feito pelo Banco Central para fazer com que a
inflação volte ao centro da meta, de 4,5%, em 2009. As previsões para este ano são as de que
o índice fique entre 5,5% e 6%.
Para Sérgio Werlang, serão
necessárias mais duas altas de
0,5 ponto no ano. Sua previsão
é que a taxa básica de juro encerre o ano em 13,25%. Seria,
assim, um ajuste mais brando
do que foi em 2004, quando o
juro subiu cerca de quatro pontos percentuais.
De acordo com o economista,
só um aumento muito grande
dos gastos do governo ou uma
elevação ainda maior dos preços dos alimentos levariam o
Banco Central a adotar uma
política monetária mais restritiva. Ele acha, no entanto, que
esse cenário, agora, está fora de
cogitação.
Werlang afirma, no entanto,
que o governo poderia ter contribuído mais para esse esforço
no combate à inflação se tivesse
promovido um aumento maior
do superávit primário para, por
exemplo, 5% do PIB.
Mas reconhece que já foi positivo o governo ter alterado a
meta do superávit de 3,8% para
4,3% do PIB, mas, se o número
fosse maior, o efeito sobre a inflação seria mais rápido.
REFLEXO
A Biruta Mídias Mirabolantes, que promove ações de
marketing inusitadas para seus clientes no Rio, abre sua
primeira filial em São Paulo. A empresa, que já fez um telão de água de 800 m2 na lagoa Rodrigo de Freitas, para a Petrobras nos jogos Pan-americanos, e um iceberg para a
Coca-Cola, no rio Negro, já tem opções para divulgações internas. Segundo o sócio Rafael Liporace, a empresa criou um espelho que vira espaço publicitário em banheiros de
shopping. Com um sensor, ao perceber a aproximação das
pessoas, o espelho exibe a mensagem do anunciante.
Restrição ambiental a crédito pode coibir desmatamento, segundo MP
A restrição ao crédito bancário pode colaborar para o combate ao desmatamento na
Amazônia. Pesquisa mostra
que 46,9% dos promotores e
procuradores estaduais e federais que atuam na área ambiental acreditam que a restrição ao
crédito bancário vai coibir o
desmatamento na Amazônia.
Já para 38,1% dos 181 entrevistados, as medidas não devem
ajudar. Os dados são do anuário
"Análise de Gestão Ambiental",
que a Análise Editorial acaba de
publicar e começa a ser distribuída na próxima semana. Outros 13,3% não têm opinião.
Quando questionados se a
produção de biocombustíveis
pode estimular a ampliação da
fronteira agrícola no país em
prejuízo das florestas, 69,7%
dizem que sim. Só 18,8% responderam que não.
Cerca de 55,8% acreditam o
relacionamento com o ambiente pode melhorar com a implantação de zoneamentos ecológicos econômicos previstos
na Política Nacional do Meio
Ambiente. Para 63,5%, a solução é definir políticas públicas.
Entre 15 bancos que também
participaram da pesquisa, 11 dizem ter profissionais especializados para análise de gestão e
riscos ambientais dos clientes.
Mas só cinco consideram riscos
socioambientais no cálculo do
"rating" financeiro dos clientes.
MACHUCADO
O estilista Alexandre Herchcovitch vai assinar uma linha de curativos band-aid da Johnson & Johnson, cuja edição é limitada e passa ser vendida neste mês; a JWT é a agência de publicidade responsável pelo conceito e pelas embalagens
ECO MERCADO
O Pão de Açúcar inaugura,
sábado, a primeira loja "verde" da América Latina, com
gôndolas de madeira certificada e carrinhos feitos de
material reciclado. O descarte das embalagens será
feito na própria loja. O investimento na unidade ecológica é de R$ 7,5 milhões.
CÓDIGO
A SulAmérica Investimentos foi escolhida para
gerir os recursos aplicados
no OABPrev - MG, fundo de
pensão multipatrocinado da
Ordem de Minas. O número
de advogados inscritos nas
seccionais dos Estados conveniados com o OABPrev-MG é de cerca de 100 mil.
NO COURO:
JUSTIÇA PROÍBE XINGULEDER, EX-BRASPELCO, DE ALIENAR ATIVOS
Edital de protesto publicado terça no "Diário Oficial" do
Rio tornou pública preocupação de bancos credores da Braspelco, que já liderou a produção e exportação de couros do
país, mas que, nos últimos anos, afundada em dívidas, evaporou-se -até o nome mudou, para Xinguleder. O juiz Leonardo de Castro Gomes, da 17ª Vara Cível da Comarca do
Rio, diz que os ativos da Braspelco, de Arnaldo José Frizzo
Filho, são alvo de cobrança judicial e que não podem ser
alienados.
LIGAÇÃO
Está em alta o número de
brasileiros que levam seus
celulares ao exterior. No Dia
das Mães, a TIM registrou
acréscimo de 35% nas ligações feitas na Itália. Dos
EUA, o aumento foi de 28%,
e do Uruguai, 21%. No feriado de Corpus Christi, foram
identificadas chamadas originadas na Rússia, com aumento de 152% ante o mesmo período de 2007.
CANETA
Maria Fernanda Ramos
Coelho, presidente da Caixa,
assina na segunda-feira convênio de cooperação técnica
com o Sebrae para expansão
do crédito para micro e pequenas empresas. Neste
ano, dentro das linhas destinadas a esse setor, a Caixa
concedeu em sua carteira de
crédito mais de R$ 9 bilhões,
alta de 20% em relação ao
mesmo período de 2007.
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