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EUA vêem chance de avançar mais na Alca
da Sucursal de Brasília
O negociador especial de comércio dos EUA, Peter Scher, demonstrava ontem enorme satisfação
com os resultados de sua viagem
aos países do Mercosul.
Pouco antes de embarcar de volta a Washington após a última escala, em Brasília, recebeu a informação do veto francês e exultou.
O Brasil, negociador sempre difícil para os EUA, tem apostado alto
na alternativa européia para obter
concessões dos EUA nas negociações para formar a Alca (Associação de Livre Comércio das Américas) até o ano de 2005.
Se os entendimentos do Mercosul com a União Européia não
prosperarem, como parece possível agora, o poder de barganha
brasileiro na Alca se reduz.
Mas nem tudo são rosas no caminho dos EUA. Seu governo não
dispõe da autoridade de negociar
acordos comerciais conhecida como "fast track" (via rápida).
O governo Clinton não tem condições políticas de receber essa autoridade do Congresso. Pior: se as
previsões atuais se realizarem, a
composição do Legislativo norte-americano a partir de 2001 tornará
ainda mais difícil para o sucessor
de Clinton vir a obtê-la.
Sem "fast track", os EUA negociam em posição de fraqueza porque o Congresso, formado por
maioria com posições protecionistas, pode vetar itens dos acordos
acertados pelo Executivo.
Com "fast track", o Legislativo só
pode aprovar ou rejeitar os acordos como um todo, o que torna
mais fácil a sua aprovação.
Scher disse que o veto francês será usado como argumento adicional do governo junto ao Congresso
para aprovar o "fast track".
Mesmo assim, Scher tinha outras
razões para comemorar sua viagem. O veto francês ajuda a levar
os países do Mercosul para o seu
lado nas disputas que os EUA têm
com a Europa na Organização
Mundial do Comércio (OMC).
Por exemplo, na "guerra das bananas", em que o governo dos Estados Unidos luta para conseguir
acesso ao mercado europeu para
esse seu produto. Scher disse que
há "muito mais assuntos em comum entre EUA e Mercosul do que
divergências".
(CELS)
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