DA REPORTAGEM LOCAL

A pouco mais de um ano para a troca de comando na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o processo sucessório está nas ruas, com o lançamento antecipado de quatro nomes para suceder a Horacio Lafer Piva, em um mandato de três anos.
Claudio Vaz, diretor-superintendente do Sesi em São Paulo (apoiado por Piva), Paulo Skaf, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), e Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, associação dos fabricantes de brinquedos, são candidatos declarados.
Carlos Roberto Liboni, primeiro vice-presidente da Fiesp, se considera um "candidato natural", mas acha "prematuro" tratar de sucessão neste momento.
A Fiesp revive situação já enfrentada por outras entidades: o anúncio precipitado de uma das candidaturas -a de Skaf- praticamente retirou de Piva o controle sobre o momento mais adequado para a abertura da disputa.
Vaz é homem de estrita confiança de Piva, tendo sido designado pelo atual presidente, no início do primeiro mandato, para fazer uma espécie de auditoria informal nas duas entidades -Fiesp e Ciesp (Centro das Indústrias de São Paulo).
Como a fase ainda é de postulações, nenhum dos nomes que se opõem a Vaz assume um discurso forte de oposição.
Skaf diz que foi consultado por "líderes da indústria" que sugeriam uma prévia na Fiesp (não aceita, segundo ele, por Piva), com o objetivo de apontar um nome "com maior apoio da base" (dos presidentes de sindicatos).
Batista da Costa, que apresenta posições mais críticas à administração de Piva, diz que os empresários estão se mexendo desde já porque consideram o modelo de gestão da atual administração presidencialista centralista. Diz ainda que a direção não se envolve em grandes temas nacionais -Liboni e Vaz discordam.
Liboni diz que tratar da sucessão na Fiesp neste momento pode resultar num desgaste para Piva. "A gestão do Horacio é de primeira qualidade. A disputa foi antecipada devido ao entusiasmo dos candidatos", diz.
A mobilização também se explica porque os candidatos têm que buscar votos em 129 sindicatos filiados à Fiesp e nas 8.000 empresas filiadas ao Ciesp.


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