São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Nova adesão recebe críticas da indústria

ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


O impacto político da adesão da Venezuela ao Mercosul deve ser sentido negativamente na relação do Brasil com parceiros de fora do bloco, avaliaram entidades da indústria e profissionais ligados ao comércio exterior.
O ex-embaixador Rubens Barbosa, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, disse à Folha que parceiros do Brasil podem ver com desconfiança a relação com a Venezuela, cujo governo tem protagonizado episódios de mal-estar diplomático.
Quanto aos efeitos no bloco, comentou: "Muda a lógica do Mercosul, que tinha como eixo Brasil e Argentina".
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, criticou o que chamou de "uma troca de objetivos": de bloco econômico, o Mercosul passa a ser apenas um acordo político.
"Comercialmente, somaria muito pouco", disse Castro, recordando que o Brasil já é o terceiro maior fornecedor da Venezuela: "As empresas tomam a decisão de comprar. Não acho que deixariam de comprar dos EUA".
"A entrada da Venezuela dificulta acordos bilaterais e discussões relacionadas à Alca", acrescentou.
A Confederação Nacional da Indústria citou em seu site um relatório da instituição, segundo o qual a Venezuela deve "acrescentar novas complexidades" ao bloco, que já sofre de "dificuldades internas".


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