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Nova adesão recebe críticas da indústria
ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O impacto político da
adesão da Venezuela ao
Mercosul deve ser sentido
negativamente na relação
do Brasil com parceiros de
fora do bloco, avaliaram
entidades da indústria e
profissionais ligados ao
comércio exterior.
O ex-embaixador Rubens Barbosa, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, disse à
Folha que parceiros do
Brasil podem ver com desconfiança a relação com a
Venezuela, cujo governo
tem protagonizado episódios de mal-estar diplomático.
Quanto aos efeitos no
bloco, comentou: "Muda a
lógica do Mercosul, que tinha como eixo Brasil e Argentina".
José Augusto de Castro,
vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, criticou o
que chamou de "uma troca
de objetivos": de bloco
econômico, o Mercosul
passa a ser apenas um
acordo político.
"Comercialmente, somaria muito pouco", disse
Castro, recordando que o
Brasil já é o terceiro maior
fornecedor da Venezuela:
"As empresas tomam a decisão de comprar. Não
acho que deixariam de
comprar dos EUA".
"A entrada da Venezuela
dificulta acordos bilaterais
e discussões relacionadas
à Alca", acrescentou.
A Confederação Nacional da Indústria citou em
seu site um relatório da
instituição, segundo o qual
a Venezuela deve "acrescentar novas complexidades" ao bloco, que já sofre
de "dificuldades internas".
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