São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Oferta inicial em Bolsas é recorde no mundo

ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO

Com a procura cada vez maior dos investidores pelos mercados dos países emergentes, o total arrecadado com a venda inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nas Bolsas mundiais bateu seu recorde no ano passado: US$ 246 bilhões, segundo a consultoria Ernst & Young.
O valor obtido em 2006 representa um aumento de 47,5% em relação ao ano anterior. Já o número de ofertas iniciais (1.729) representou um avanço de 12,5% na comparação com 2005 e é o maior desde 2000, quando chegou a 1.883.
Graças às aberturas de capital dos estatais Banco da China e ICBC (Industrial & Commercial Bank of China), que conseguiram, juntas, US$ 33,1 bilhões, as Bolsas chinesas foram as que mais arrecadaram com IPOs, US$ 56,6 bilhões. Em seguida, vêm as americanas, com US$ 34,1 bilhões, e as russas, com US$ 18 bilhões. No Brasil, as empresas arrecadaram R$ 15 bilhões, segundo a Bovespa.
No entanto, na quantidade de negócios, os mercados americanos realizaram 187 IPOs e permaneceram na liderança. O Japão é o segundo, com 185, e supera as Bolsas chinesas, que tiveram 175 aberturas de capitais no ano passado. O Brasil teve apenas 26 IPOs.
Apesar da distância que separa o Brasil dos outros integrantes dos Brics (grupo que inclui Rússia, China e Índia, que conseguiu US$ 7,2 bilhões em 78 ofertas iniciais), Carlos Miranda, sócio da Ernst & Young para a área de transações, vê dados positivos no cenário do país.
Para ele, ao contrário do que acontece com os outros Brics, o investidor estrangeiro que aplica nas Bolsas brasileiras prioriza investimentos mais de longo prazo, apostando menos em ganhos rápidos.
Miranda afirma ainda que a tendência neste ano é que os valores arrecadados no país devam continuar crescendo, com o aumento do número de empresas que entram na Bolsa.
A grande mudança, diz, deve acontecer com a chegada dos grandes fundos de "private equity" (de capital privado) e, se o Brasil receber o "investment grade" (recomendação para investimento dada por agências de risco americanas), a vinda dos fundos de pensão dos EUA.
Com isso, Miranda aposta que os ganhos do mercado brasileiro com a abertura de capital vão se aproximar das Bolsas dos demais Brics.


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