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Oferta inicial em Bolsas é recorde no mundo
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
Com a procura cada vez
maior dos investidores pelos
mercados dos países emergentes, o total arrecadado
com a venda inicial de ações
(IPO, na sigla em inglês) nas
Bolsas mundiais bateu seu
recorde no ano passado: US$
246 bilhões, segundo a consultoria Ernst & Young.
O valor obtido em 2006 representa um aumento de
47,5% em relação ao ano anterior. Já o número de ofertas iniciais (1.729) representou um avanço de 12,5% na
comparação com 2005 e é o
maior desde 2000, quando
chegou a 1.883.
Graças às aberturas de capital dos estatais Banco da
China e ICBC (Industrial &
Commercial Bank of China),
que conseguiram, juntas,
US$ 33,1 bilhões, as Bolsas
chinesas foram as que mais
arrecadaram com IPOs, US$
56,6 bilhões. Em seguida,
vêm as americanas, com US$
34,1 bilhões, e as russas, com
US$ 18 bilhões. No Brasil, as
empresas arrecadaram R$ 15
bilhões, segundo a Bovespa.
No entanto, na quantidade
de negócios, os mercados
americanos realizaram 187
IPOs e permaneceram na liderança. O Japão é o segundo, com 185, e supera as Bolsas chinesas, que tiveram 175
aberturas de capitais no ano
passado. O Brasil teve apenas
26 IPOs.
Apesar da distância que separa o Brasil dos outros integrantes dos Brics (grupo que
inclui Rússia, China e Índia,
que conseguiu US$ 7,2 bilhões em 78 ofertas iniciais),
Carlos Miranda, sócio da
Ernst & Young para a área de
transações, vê dados positivos no cenário do país.
Para ele, ao contrário do
que acontece com os outros
Brics, o investidor estrangeiro que aplica nas Bolsas brasileiras prioriza investimentos mais de longo prazo,
apostando menos em ganhos
rápidos.
Miranda afirma ainda que
a tendência neste ano é que
os valores arrecadados no
país devam continuar crescendo, com o aumento do
número de empresas que entram na Bolsa.
A grande mudança, diz, deve acontecer com a chegada
dos grandes fundos de "private equity" (de capital privado) e, se o Brasil receber o
"investment grade" (recomendação para investimento dada por agências de risco
americanas), a vinda dos fundos de pensão dos EUA.
Com isso, Miranda aposta
que os ganhos do mercado
brasileiro com a abertura de
capital vão se aproximar das
Bolsas dos demais Brics.
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