São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Condenados por corrupção fogem de hospital no PR

PF abre inquérito sobre fuga de ex-donos da Sundown

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários Isidoro Rozenblum e Rolando Rozenblum -criadores do grupo Sundown do Brasil, que fabrica bicicletas e motos- fugiram na madrugada de segunda-feira de um hospital em Curitiba. Eles foram condenados por fraudar importações.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a responsabilidade dos policiais militares responsáveis pela escolta. Isidoro teria fugido por uma porta lateral do hospital e seu filho Rolando escapou por uma janela, segundo o procurador Deltan Dallagnol.
Isidoro cumpria pena de 19 anos de prisão; Rolando, de 14 anos. Presos em junho do ano passado, eles foram condenados por formação de quadrilha, descaminho (contrabando), corrupção ativa e crimes contra a ordem tributária e o sistema financeiro. Dezenas de outros crimes ainda não foram julgados, de acordo com a procuradoria em Curitiba.
Na apuração que culminou com a condenação da dupla, a Força-Tarefa CC5, um grupo de procuradores e policiais federais especializados na investigação de doleiros, concluiu que os Rozenblum controlavam por meio de terceiros a Sundown, o shopping Müller em Joinville (SC), a construtora Casa Construção e a fábrica de malas Ika.
A Sundown é acusada de subfaturar o valor de peças que usa para montar motos e bicicletas. Os empresários também são acusados de pagar as importações por meio de doleiros. Parte do lucro que obtinham com os negócios ilícitos também era retirada do país por doleiros e remetido para offshores em paraísos fiscais.
A dívida tributária das empresas da dupla ultrapassa R$ 150 milhões. Foi por meio de sonegação que a Sundown teve uma ascensão espantosa no mercado brasileiro, segundo interpretação da PF.
A assessoria da empresa Brasil em Movimento, que é dona da marca Sundown, afirma que os Rozenblum não têm qualquer relação com a fábrica hoje.
A Força-Tarefa CC5 diz que os Rozenblum são os verdadeiros donos do negócio.
Nascidos no Uruguai, os Rozenblum estavam internados desde o início deste ano no hospital Santa Cruz porque precisavam de alimentação diferenciada -os dois haviam feito, antes da prisão, cirurgia para redução do estômago.

Isidoro, que tem mais de 60 anos, tinha também problemas cardíacos. O filho, além da obesidade, tinha síndrome de pânico, segundo seus advogados.
Inicialmente, os dois foram tratados num complexo médico penal de Curitiba O alvo da dupla era conseguir a prisão domiciliar. Conseguiram o benefício por um mês.
A decisão, porém, foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão foi considerada uma vitória do Ministério Público Federal.
Com a decisão do Supremo, os empresários foram para o Hospital Santa Cruz com escolta da Polícia Militar e a obrigação de arcar com as despesas.
O advogado dos empresários, César Bittencourt, disse que renunciou à defesa por não concordar com a fuga. "Houve uma quebra de confiança", afirma.


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