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Condenados por corrupção fogem de hospital no PR
PF abre inquérito sobre fuga de ex-donos da Sundown
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os empresários Isidoro Rozenblum e Rolando Rozenblum -criadores do grupo
Sundown do Brasil, que fabrica
bicicletas e motos- fugiram na
madrugada de segunda-feira de
um hospital em Curitiba. Eles
foram condenados por fraudar
importações.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a responsabilidade dos policiais militares
responsáveis pela escolta. Isidoro teria fugido por uma porta
lateral do hospital e seu filho
Rolando escapou por uma janela, segundo o procurador Deltan Dallagnol.
Isidoro cumpria pena de 19
anos de prisão; Rolando, de 14
anos. Presos em junho do ano
passado, eles foram condenados por formação de quadrilha,
descaminho (contrabando),
corrupção ativa e crimes contra
a ordem tributária e o sistema
financeiro. Dezenas de outros
crimes ainda não foram julgados, de acordo com a procuradoria em Curitiba.
Na apuração que culminou
com a condenação da dupla, a
Força-Tarefa CC5, um grupo
de procuradores e policiais federais especializados na investigação de doleiros, concluiu
que os Rozenblum controlavam por meio de terceiros a
Sundown, o shopping Müller
em Joinville (SC), a construtora Casa Construção e a fábrica
de malas Ika.
A Sundown é acusada de subfaturar o valor de peças que usa
para montar motos e bicicletas.
Os empresários também são
acusados de pagar as importações por meio de doleiros. Parte do lucro que obtinham com
os negócios ilícitos também era
retirada do país por doleiros e
remetido para offshores em paraísos fiscais.
A dívida tributária das empresas da dupla ultrapassa R$
150 milhões. Foi por meio de
sonegação que a Sundown teve
uma ascensão espantosa no
mercado brasileiro, segundo
interpretação da PF.
A assessoria da empresa Brasil em Movimento, que é dona
da marca Sundown, afirma que
os Rozenblum não têm qualquer relação com a fábrica hoje.
A Força-Tarefa CC5 diz que
os Rozenblum são os verdadeiros donos do negócio.
Nascidos no Uruguai, os Rozenblum estavam internados
desde o início deste ano no hospital Santa Cruz porque precisavam de alimentação diferenciada -os dois haviam feito, antes da prisão, cirurgia para redução do estômago.
Isidoro, que tem mais de 60
anos, tinha também problemas
cardíacos. O filho, além da obesidade, tinha síndrome de pânico, segundo seus advogados.
Inicialmente, os dois foram
tratados num complexo médico penal de Curitiba O alvo da
dupla era conseguir a prisão
domiciliar. Conseguiram o benefício por um mês.
A decisão, porém, foi revogada pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão foi considerada
uma vitória do Ministério Público Federal.
Com a decisão do Supremo,
os empresários foram para o
Hospital Santa Cruz com escolta da Polícia Militar e a obrigação de arcar com as despesas.
O advogado dos empresários,
César Bittencourt, disse que renunciou à defesa por não concordar com a fuga. "Houve uma
quebra de confiança", afirma.
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