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Bens de capital levam Ipea a errar previsão
DA SUCURSAL DO RIO
O resultado da indústria
em maio, um aumento de
1,3% sobre abril, surpreendeu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
órgão ligado ao Ministério do
Planejamento), que projetava queda de 0,1% na mesma
comparação.
Para José Ronaldo Souza
Jr., economista do Ipea, o fato de a expansão da indústria
estar concentrada em bens
de capital resultou na diferença entre a estimativa e o
dado divulgado pelo IBGE.
É que a categoria tem pouco peso na estrutura industrial e geralmente uma participação pequena na variação
da produção da indústria, diferentemente do que ocorreu em maio, graças à forte
alta de 5,1% ante abril.
"Quando o crescimento não
é uniforme, fica mais difícil
acertar a projeção", diz.
Para estimar a produção
industrial, especialistas utilizam indicadores de produção ou consumo de insumos
já divulgados por entidades
que indicam o nível de atividade do setor. Usam a produção de carros, aço e papelão e
o consumo de energia, entre
outros. Já IBGE pesquisa em
uma amostra de indústrias o
quanto produziram de fato.
O setor automobilístico é
utilizado porque encomenda
componentes fabricados por
muitos outros ramos, dando
uma dimensão do ritmo de
indústrias como plástico,
borracha, vidros e autopeças.
Já o aço é, por sua vez, insumo de muitos indústrias
(eletrodomésticos, máquinas e equipamentos etc). O
papel sinaliza a tendência de
setores que usam embalagens. Por fim, a energia é, em
maior ou menor grau, insumo de todas as fábricas.
"Esses modelos [de projeção] foram criados depois de
estudos muito completos.
Esses indicadores provaram
estatisticamente serem bons
indicadores antecedentes da
produção industrial", disse.
Em maio, a maior das projeções se desviou do resultado apurado pelo IBGE por
causa da redução do consumo de energia e da produção
de papelão.
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