São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Bens de capital levam Ipea a errar previsão

DA SUCURSAL DO RIO

O resultado da indústria em maio, um aumento de 1,3% sobre abril, surpreendeu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao Ministério do Planejamento), que projetava queda de 0,1% na mesma comparação.
Para José Ronaldo Souza Jr., economista do Ipea, o fato de a expansão da indústria estar concentrada em bens de capital resultou na diferença entre a estimativa e o dado divulgado pelo IBGE.
É que a categoria tem pouco peso na estrutura industrial e geralmente uma participação pequena na variação da produção da indústria, diferentemente do que ocorreu em maio, graças à forte alta de 5,1% ante abril. "Quando o crescimento não é uniforme, fica mais difícil acertar a projeção", diz.
Para estimar a produção industrial, especialistas utilizam indicadores de produção ou consumo de insumos já divulgados por entidades que indicam o nível de atividade do setor. Usam a produção de carros, aço e papelão e o consumo de energia, entre outros. Já IBGE pesquisa em uma amostra de indústrias o quanto produziram de fato.
O setor automobilístico é utilizado porque encomenda componentes fabricados por muitos outros ramos, dando uma dimensão do ritmo de indústrias como plástico, borracha, vidros e autopeças.
Já o aço é, por sua vez, insumo de muitos indústrias (eletrodomésticos, máquinas e equipamentos etc). O papel sinaliza a tendência de setores que usam embalagens. Por fim, a energia é, em maior ou menor grau, insumo de todas as fábricas.
"Esses modelos [de projeção] foram criados depois de estudos muito completos. Esses indicadores provaram estatisticamente serem bons indicadores antecedentes da produção industrial", disse.
Em maio, a maior das projeções se desviou do resultado apurado pelo IBGE por causa da redução do consumo de energia e da produção de papelão.


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