São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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Telefônica promete ressarcir os clientes; falhas persistem

DENYSE GODOY
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Telefônica afirmou que pretende ressarcir os assinantes do Speedy pelo apagão da internet e de sistemas de transmissão de dados ocorrido no Estado de São Paulo na quinta-feira. Embora a companhia tenha dito que a pane havia sido completamente solucionada por volta das 23h de quinta, usuários ainda sofriam com o problema ontem.
Segundo a Abranet (Associação Brasileira de Provedores de Internet), boa parte do serviço tinha retornado até o fechamento desta edição, mas muitos provedores ainda enfrentavam dificuldades, deixando empresas e clientes residenciais do Speedy sem acesso. "À tarde, aumentaram as reclamações sobre lentidão no sistema, no interior e na cidade de São Paulo", disse Eduardo Parajo, presidente da Abranet. O governo estadual informou que seu sistema estava normalizado desde o início do expediente.
"A gente não pode e não vai cobrar um serviço que não foi prestado, mesmo que por ação involuntária. Indenizaremos todos os clientes Speedy. Ainda estudamos com o Procon [Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor] a forma de ressarcimento"", disse Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica.
Valente levou uma proposta de reparação para representantes de órgãos de defesa do consumidor, com quem se reuniu na tarde de ontem. Ofereceu, para os assinantes do Speedy, um reembolso um pouco maior que o valor pago pelo período em que o serviço ficou fora do ar, o qual não foi aceito por seus interlocutores. "Os prejuízos sofridos pelos clientes foram muito superiores à impossibilidade de usar a internet no período. Temos esperança de que haverá desconto de um valor significativo nas mensalidades", diz Karina Grou, advogada do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor). Esse valor pode ser o correspondente a 72 horas de serviço.
As entidades também querem a abertura de um canal especial de atendimento para os assinantes que tiverem documentos comprovando perdas maiores.
Já quem não é cliente da Telefônica, mas também sofreu com a paralisação de bancos e órgãos públicos, terá as suas reclamações ouvidas pela operadora, segundo o Procon. Além disso, a empresa pode fazer um depósito a título de indenização coletiva a um fundo de interesses difusos, cujos recursos, administrados pelo poder público, vão para projetos de interesse da sociedade.
As negociações continuam na segunda-feira. Se o consumidor não ficar satisfeito com a proposta final da Telefônica, ainda poderá entrar na Justiça.
No dia 7, a companhia também começa a conversar com seus 900 maiores clientes corporativos, com quem ela mantém contratos prevendo multas em caso de falhas e interrupção do serviço.


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