São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Bolsa de SP termina a semana com alta de 1,25%

Mercado espera decisão do BC americano na terça

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo terminou a semana com valorização acumulada de 1,25%. Durante todo o pregão de ontem, o Ibovespa (o mais relevante índice da Bolsa) operou em alta: chegou a marcar ganho de 1,93% e fechou com valorização de 1,06%.
Os números do mercado de trabalho norte-americano, apresentados na manhã de ontem, apontaram para uma economia em desaceleração, abrindo espaço para o mercado financeiro ter um dia de negócios relativamente tranqüilo.
Na terça-feira, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) vai se reunir para definir como ficam os juros do país.
O mercado está dividido entre os que esperam que o Fed mantenha a taxa americana inalterada e os que vêem a possibilidade de os juros subirem 0,25 ponto percentual. A taxa está em 5,25% ao ano.
Na quinta-feira, os bancos centrais inglês e europeu elevaram suas taxas de juros. Na Inglaterra, a taxa subiu de 4,5% para 4,75%, e na zona do euro, de 2,75% para 3%.
Segundo análise do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, as decisões "sinalizam que o fenômeno atual de inflação pressionada não se restringe a uma ou outra economia, mas aflige de forma mais generalizada as economias industriais".
Se os juros não forem elevados nos Estados Unidos, haverá espaço para os mercados emergentes e as Bolsas de Valores em todo o mundo subirem.
A concretização de um cenário internacional mais calmo aumentaria as chances de a taxa básica brasileira, a Selic, cair mais até o fim do ano.
Segundo a última projeção do mercado coletada pelo BC, a previsão média aponta que a Selic estará em 14%. Hoje ela está em 14,75%.
O dólar teve uma pequena alta de 0,37% na semana. Ontem, com mais uma intervenção do Banco Central, o dólar terminou as operações a R$ 2,183 (em alta de 0,23%).
Operadores do mercado estimam que o BC tenha comprado aproximadamente US$ 300 milhões de 15 instituições financeiras ontem.

Ações
A ação ON (ordinária) da Perdigão foi a quem mais perdeu na semana -dentre as 54 que formam o Ibovespa. A queda de 9,29% sofrida pela Perdigão ainda foi reflexo do cancelamento da oferta que havia sido feita pela Sadia para adquirir seu controle.
Os papéis da Contax também tiveram uma semana ruim. A ação preferencial da empresa recuou 9,03%, e a ordinária perdeu 3,14%. A queda desses papéis foi influenciada pelo fato de a Contax ter ficado de fora da primeira prévia do Ibovespa para a carteira que vai valer de setembro a dezembro.
Fazer parte das ações que compõem o Ibovespa representa uma importante propaganda para as empresas.
Na semana, 32 das 54 ações do Ibovespa terminaram com valorização.
Quem mais subiu na semana foi o papel ordinário da Arcelor BR, que teve alta de 8,69%. Logo atrás ficaram as ações preferenciais da Telesp (6,72%) e da Vivo (5,28%).
O Ibovespa começou bem o mês de agosto e já acumula valorização de 2,08%. No ano, a Bolsa registra valorização de 13,13%.
O risco-país brasileiro recuou 0,90% na semana, terminando as operações de ontem a 220 pontos. Apesar de estar em um de seus níveis mais baixos, o indicador brasileiro ainda é quase o dobro do mexicano, que está em 119 pontos.


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