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Indústria do suco cria piso para pagar a produtores
Valor de US$ 4 por caixa visa compensar perdas com cotação maior e câmbio
Segundo representante
de citricultores, setor queria um valor maior, mas disse que resultado do acordo ficou "a contento"
DA REUTERS
Depois de dezenas de reuniões, representantes da indústria de suco de laranja congelado e concentrado do Brasil fecharam acordo com citricultores para o pagamento de um piso de US$ 4 por caixa de laranja
para a safra 2006/07.
Esse piso, na opinião da indústria, deve compensar os
produtores pela alta registrada
no mercado internacional após
os furacões que prejudicaram
os pomares da Flórida.
Também é uma forma de
compensação aos citricultores
pela valorização do real. Muitos
tinham feito contratos longos
em dólar antes da desvalorização do dólar no Brasil e estavam recebendo valores bem
abaixo do piso hoje fixado.
"Fechou um piso de US$ 4
para todos contratos dessa safra e há um mecanismo de reajuste que leva a até
US$ 4,5 (dependendo do preço
internacional)", disse o presidente da Abecitrus (Associação
Brasileira dos Exportadores de
Cítricos), Ademerval Garcia.
"E estabeleceu-se uma fórmula pela qual todos os produtores têm vínculos com a movimentação de preços no mercado internacional, todo mundo
tem um sistema de participação, muito mais correto."
Segundo Garcia, aqueles produtores que têm contratos que
estabelecem valores superiores
a US$ 4,5 por caixa de 40,8 quilos poderão continuar negociando a sua produção normalmente, conforme o acordo realizado pela indústria. Ele disse
que há contratos que vão de
US$ 2 a US$ 5,5 por caixa.
"Optamos por favorecer mais
o pequeno [produtor] do que o
grande, uma forma de ter um
maior número de produtores E
evitar a evasão do campo e o
avanço de outras culturas sobre
pequenas propriedades."
Participaram da reunião os
representantes de duas das
quatro maiores empresas que
dominam o setor no Brasil, a
Cutrale e a Coinbra.
"Mas a Citrovita já tinha se
manifestado que seguiria o
acordo que fosse feito. A outra
[Citrosuco] vai ter de decidir
face ao fato novo. Acredito que
vão acompanhar também",
afirmou Garcia.
O coordenador da mesa diretora da Citricultura da Federação da Agricultura do Estado de
São Paulo, Antônio Egidio
Crestana, disse que o setor queria mais, mas que o acordo "foi
a contento".
"Se considerarmos que o Estado produz 350 milhões de
caixas, que 50 milhões ficam no
mercado interno e que outras
70 milhões são produzidas pela
própria indústria, temos 230
milhões de caixas. Suponhamos que a remuneração aumente em US$ 0,70 sobre as
230 milhões de caixas, são
US$ 150 milhões a mais que serão colocados no mercado fora
do contrato", disse Crestana.
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