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Empresários devem entregar a Lula carta de saída do Codefat
Representantes de indústria, comércio, agricultura e bancos criticam interferência de Lupi no conselho
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As quatro confederações empresariais que se retiraram do
Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) deverão entregar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta oficializando a saída do colegiado.
A Folha apurou que o documento, assinado pelos presidentes das entidades, abordará
a insatisfação dos empresários
com o processo de sucessão no
conselho devido à interferência do ministro Carlos Lupi
(Trabalho).
Ao protocolar a carta ao presidente, os empresários esperam um gesto de Lula no sentido de buscar a conciliação. Ou
seja, abrir caminho para a permanência das entidades no
conselho. Nesse caso, seria necessário encontrar espaço no
regimento para mudar o atual
presidente e passar o posto a
um representante da indústria.
"Foi um decreto do presidente que nomeou as entidades que participam do conselho. Então é para ele que temos
de oficializar a saída. Não sabemos o que vai acontecer depois
da entrega da carta, mas esperamos algum desdobramento",
declarou o ex-integrante da
CNC no Codefat, Roberto Nogueira Ferreira.
Na semana passada, CNI (indústria), CNC (comércio), CNA
(Agricultura) e CNIF (bancos)
abandonaram o Codefat em
meio à reunião para eleição do
novo presidente do conselho. O
comando do colegiado -que é
um órgão tripartite e paritário- é rotativo e, a cada dois
anos, empresários, governo e
trabalhadores se revezam na
presidência.
Por tradição, a bancada da
vez escolhe internamente o novo presidente. Os empresários
já tinham acertado que a presidência para o próximo biênio
seria ocupada por um representante da CNA, que atualmente é capitaneada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
A perspectiva de ter o conselho controlado pela oposição
em um ano de eleições presidenciais levou Lupi a interferir
na disputa e estimular a candidatura do representante da
CNS (serviços), entidade que
passou a integrar o Codefat em
abril deste ano.
A ingerência do ministro rachou o conselho, e as entidades
anunciaram a saída do colegiado. Luigi Nese, representante
da CNS, foi eleito o novo presidente do Codefat.
No Ministério do Trabalho, a
saída das entidades é encarada
como uma ameaça.
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