São Paulo, quarta-feira, 05 de agosto de 2009

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Empresários devem entregar a Lula carta de saída do Codefat

Representantes de indústria, comércio, agricultura e bancos criticam interferência de Lupi no conselho

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As quatro confederações empresariais que se retiraram do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) deverão entregar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta oficializando a saída do colegiado.
A Folha apurou que o documento, assinado pelos presidentes das entidades, abordará a insatisfação dos empresários com o processo de sucessão no conselho devido à interferência do ministro Carlos Lupi (Trabalho).
Ao protocolar a carta ao presidente, os empresários esperam um gesto de Lula no sentido de buscar a conciliação. Ou seja, abrir caminho para a permanência das entidades no conselho. Nesse caso, seria necessário encontrar espaço no regimento para mudar o atual presidente e passar o posto a um representante da indústria.
"Foi um decreto do presidente que nomeou as entidades que participam do conselho. Então é para ele que temos de oficializar a saída. Não sabemos o que vai acontecer depois da entrega da carta, mas esperamos algum desdobramento", declarou o ex-integrante da CNC no Codefat, Roberto Nogueira Ferreira.
Na semana passada, CNI (indústria), CNC (comércio), CNA (Agricultura) e CNIF (bancos) abandonaram o Codefat em meio à reunião para eleição do novo presidente do conselho. O comando do colegiado -que é um órgão tripartite e paritário- é rotativo e, a cada dois anos, empresários, governo e trabalhadores se revezam na presidência.
Por tradição, a bancada da vez escolhe internamente o novo presidente. Os empresários já tinham acertado que a presidência para o próximo biênio seria ocupada por um representante da CNA, que atualmente é capitaneada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
A perspectiva de ter o conselho controlado pela oposição em um ano de eleições presidenciais levou Lupi a interferir na disputa e estimular a candidatura do representante da CNS (serviços), entidade que passou a integrar o Codefat em abril deste ano.
A ingerência do ministro rachou o conselho, e as entidades anunciaram a saída do colegiado. Luigi Nese, representante da CNS, foi eleito o novo presidente do Codefat.
No Ministério do Trabalho, a saída das entidades é encarada como uma ameaça.


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