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Frente fria não chega aos preços agrícolas
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
As geadas do início desta semana nas regiões Sul e Sudeste até
agora tiveram pouco impacto nos
preços agrícolas. Isso, porém, pode mudar em breve, caso o frio
continue nas regiões produtoras.
De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a
frente fria que causou essas geadas já está enfraquecendo. No sábado, porém, outra frente atinge o
país e pode trazer mais geadas.
O frio afetou principalmente as
plantações de feijão no sudoeste
do Paraná e de trigo em todo o Estado. O tomate subiu em São Paulo, mas por causa da baixa oferta
decorrente de problemas na época do plantio.
O maior prejuízo, entretanto,
foi dos produtores de feijão no
Paraná. Até segunda-feira, 30%
da área de feijão do Estado já havia sido plantada (cerca de 125 mil
ha). Com as geadas, mais de 70
mil ha foram perdidos.
"Os produtores vão ter que
plantar tudo novamente", diz Vera da Rocha Zardo, agrônoma do
Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura do Paraná.
Segundo ela, os preços estão subindo, mas principalmente pela
antecipação dos resultados da safra. Para Vera, o maior problema
no caso é que, com essa quebra, os
produtores podem não plantar
novamente feijão e optem por outros produtos. E, mesmo que decidam manter a cultura, a colheita
ficará atrasada, o que certamente
vai afetar os preços.
O frio afetou também a produção de trigo no Paraná, apesar de
o tamanho da quebra ainda não
ter sido avaliado. As geadas atingiram cerca de 500 mil ha do 1,051
milhão de ha plantados. O que
ainda não se sabe é em que grau
essas plantações foram prejudicadas. Segundo Vera, é pouco provável que toda a área atingida tenha sido perdida completamente.
A geada atingiu, segundo o Cepea da Esalq/USP, algumas áreas
de café em São Paulo, Minas Gerais e no Paraná. O frio, porém,
não afetou as lavouras.
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