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Agosto teve taxa abaixo do previsto
DA REDAÇÃO
A inflação de agosto ficou abaixo do esperado em São Paulo. As
previsões da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)
indicavam taxa próxima de 1,15%,
mas os dados finais mostraram
inflação de 1,01%.
A queda se deve basicamente às
mãos do governo no mercado, segundo Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao
Consumidor da Fipe.
As principais reduções de preços no mês passado foram as da
gasolina, das passagens de ônibus, do gás de cozinha e dos automóveis novos, produtos e serviços que o governo pode influenciar. No caso dos veículos zero
quilômetro, a redução ocorreu
devido à queda do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
dos modelos médios.
Na outra ponta, as principais
pressões continuam vindo das tarifas públicas. Só luz e telefone foram responsáveis por 56% da taxa
de inflação do mês passado. Os
alimentos, principalmente os industrializados, como pão francês
(7,18%) e óleo de soja (10,85%),
também tiveram forte participação na taxa de inflação.
Ritmo menor
O ritmo de alta desses itens, no
entanto, já é bem menor do que
no início de agosto. Há duas semanas, o pãozinho chegou a acumular reajuste de 12% em 30 dias,
diz Heron do Carmo.
"A inflação está saindo do período de taxas elevadas. Julho e
agosto passaram a ser os meses de
maior pressão nos últimos anos
devido à concentração dos reajustes das tarifas públicas em junho.
Setembro será um mês de inflação
reduzida", diz Heron.
A taxa do mês passado foi a
maior desde agosto de 2001. Neste
mês, a inflação terá forte recuo,
segundo prevê a Fipe. As primeiras estimativas indicam taxa de
0,30%. "Tem sido assim em todos
os últimos meses de setembro",
diz Heron.
O recuo da taxa depende, no entanto, de uma estabilidade externa. A aproximação do primeiro
ano do 11 de setembro -data dos
ataques terroristas aos Estados
Unidos no ano passado- torna
os mercados mais sensíveis. Esse
nervosismo, quando trazido para
o mercado interno, poderá afetar
a inflação.
O frio dos últimos dias terá pouca influência no índice da Fipe,
diz Heron. As geadas não afetaram as áreas paulistas de produção de hortaliças. A pressão maior
virá do feijão, produto que já vinha subindo devido à pouca oferta e que foi castigado pelo frio no
Paraná.
A Fipe não alterou as previsões
de inflação para este ano. Segundo a instituição, os preços vão
acumular reajuste de 4,5%. Até
agosto, a alta foi de 3,30%. Para
que a inflação fique na taxa prevista pela Fipe, a taxa acumulada
deste mês até dezembro não poderá ultrapassar 1,43% -média
de 0,35% ao mês.
Nos últimos 12 meses, a inflação
foi de 5,03% em São Paulo. Os
gastos com saúde (6,6%), despesas pessoais (6,3%) e educação
(6,1%) foram os que mais subiram. Desde o início do Plano Real,
em julho de 1994, os paulistanos tiveram inflação de 106,62%, segundo a Fipe. (MZ)
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