São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Fuga de capitais ocorre pelo quarto mês seguido em agosto; Ibovespa cai 1,37% e fica abaixo dos 10 mil

Estrangeiro tira mais R$ 486 mi da Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo quarto mês consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou fuga de capital externo. De acordo com os dados divulgados ontem pela instituição, os investidores estrangeiros retiraram R$ 486,192 milhões do mercado de ações paulista em agosto.
Foi a terceira maior saída deste ano, mas os números mostram também que o volume das retiradas está diminuindo.
Nos piores momentos da crise de aversão mundial ao risco, com as fraudes de empresas americanas e a instabilidade eleitoral brasileira, a fuga foi mais intensa. Em junho, os estrangeiros sacaram R$ 1,014 bilhão da Bovespa e, em julho, R$ 772,676 milhões. Em maio houve saídas de R$ 149,576 milhões e em janeiro, de R$ 97,375 milhões. No acumulado deste ano até agosto, o saldo está negativo em R$ 1,651 bilhão.
A instituição também divulgou ontem que a participação das pessoas físicas na Bolsa subiu de 20,6% para 21,9% na comparação entre julho e agosto. É a maior fatia atingida por esse grupo de investidores desde os 22,4% alcançados em julho de 2000.
Segundo alguns analistas, como as ações caíram muito nos últimos meses, ficaram atrativas para alguns novos investidores, em particular aqueles que registraram perdas com a marcação a mercado dos fundos DI.
"Esse investidor não deverá continuar com as ações. Apesar de se animar como uma sequência de altas, ele é fortemente abalado pelos dias de queda", avalia Helio Osaki, analista da Finambras, que classifica o movimento como efêmero. Além disso, como diminuiu a participação dos investidores estrangeiros no mercado acionário, a fatia de outras partes acaba se elevando também.
A Bovespa caiu 1,37% ontem, para 9.996 pontos. Ficou abaixo de 10 mil pontos após sete pregões nesse nível. O giro financeiro ficou dentro da média observada nos últimos dias -R$ 506,561 milhões.
Segundo Osaki, o mercado de capitais ainda padece da falta de investimentos. "A Bovespa registra alguns períodos de melhoria, mas esse movimento não se consolida, pois falta uma força, ou seja, dinheiro para mantê-lo."
No mercado futuro, as projeções para os juros ficaram praticamente estáveis. Os contratos de janeiro de 2003 passaram de 20,32% para 20,30%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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