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MERCADO FINANCEIRO
Fuga de capitais ocorre pelo quarto mês seguido em agosto; Ibovespa cai 1,37% e fica abaixo dos 10 mil
Estrangeiro tira mais R$ 486 mi da Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo quarto mês consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou fuga de capital externo. De acordo com os dados divulgados ontem pela instituição, os investidores estrangeiros retiraram R$ 486,192 milhões do mercado de
ações paulista em agosto.
Foi a terceira maior saída deste ano, mas os números mostram
também que o volume das retiradas está diminuindo.
Nos piores momentos da crise
de aversão mundial ao risco, com
as fraudes de empresas americanas e a instabilidade eleitoral brasileira, a fuga foi mais intensa. Em
junho, os estrangeiros sacaram
R$ 1,014 bilhão da Bovespa e, em
julho, R$ 772,676 milhões. Em
maio houve saídas de R$ 149,576
milhões e em janeiro, de R$
97,375 milhões. No acumulado
deste ano até agosto, o saldo está
negativo em R$ 1,651 bilhão.
A instituição também divulgou
ontem que a participação das pessoas físicas na Bolsa subiu de
20,6% para 21,9% na comparação
entre julho e agosto. É a maior fatia atingida por esse grupo de investidores desde os 22,4% alcançados em julho de 2000.
Segundo alguns analistas, como
as ações caíram muito nos últimos meses, ficaram atrativas para
alguns novos investidores, em
particular aqueles que registraram perdas com a marcação a
mercado dos fundos DI.
"Esse investidor não deverá
continuar com as ações. Apesar
de se animar como uma sequência de altas, ele é fortemente abalado pelos dias de queda", avalia
Helio Osaki, analista da Finambras, que classifica o movimento
como efêmero. Além disso, como
diminuiu a participação dos investidores estrangeiros no mercado acionário, a fatia de outras partes acaba se elevando também.
A Bovespa caiu 1,37% ontem,
para 9.996 pontos. Ficou abaixo
de 10 mil pontos após sete pregões
nesse nível. O giro financeiro ficou dentro da média observada
nos últimos dias -R$ 506,561
milhões.
Segundo Osaki, o mercado de
capitais ainda padece da falta de
investimentos. "A Bovespa registra alguns períodos de melhoria,
mas esse movimento não se consolida, pois falta uma força, ou seja, dinheiro para mantê-lo."
No mercado futuro, as projeções para os juros ficaram praticamente estáveis. Os contratos de janeiro de 2003 passaram de 20,32% para 20,30%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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