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TENSÃO GLOBAL
Em uma semana, Bolsa japonesa já perdeu 10% de seu valor; compra de pechinchas dá ânimo a Wall Street
Tóquio bate recorde negativo, NY respira
DA REDAÇÃO
A Bolsa de Tóquio aprofundou suas perdas ontem, ao cair 1,54%,
e mergulhou para o nível mais baixo desde agosto de 1983. O valor de mercado dos bancos está evaporando e analistas alertam para o risco de uma crise no sistema financeiro.
O índice Nikkei, que traz a variação média das 225 principais
empresas japonesas, recuou pelo
sétimo pregão consecutivo. Em
uma semana, a Bolsa de Tóquio
perdeu 10% de seu valor.
O clima de tensão se agravou
depois que a agência de classificação de crédito Moody's Investors
Service emitiu uma análise em
que afirma que o sistema financeiro japonês encontra-se muito
frágil para passar por uma reforma estrutural neste momento, como se tem especulado.
O Japão, segunda maior economia do planeta, cresceu apenas
0,5% no segundo trimestre. Ainda
que modesto, o índice foi o melhor em mais de um ano e, na opinião de alguns analistas, deve ser
o melhor deste ano.
"Se as cotações permanecerem
em baixa, será inevitável uma
queda no consumo e nos investimentos", disse Junichi Makino,
economista do instituto de pesquisas Daiwa.
Para agravar a situação, setembro é, historicamente, um mês de
ajustes. "Em 14 dos últimos 17 anos, setembro tem sido sinônimo de perdas no mercado japonês", disse Jesper Koll, economista-chefe do Merrill Lynch.
Caça às pechinchas
Depois de viver, anteontem, seu
pior dia desde os atentados de 11
de setembro, a Bolsa de Nova
York fechou em alta ontem. Os
negócios foram puxados pelos investidores que compraram pechinchas (ações cujos preços estariam muito baixos).
"Tem um monte de pechinchas,
desde que os lucros corporativos
cresçam", afirmou Benjamin Pace, diretor do Deutsche Bank Private Banking. "A grande questão
para os investidores é: e se os lucros não vierem?"
O índice Dow Jones ganhou
1,41% ontem, depois de ter desabado 4,1% no pregão anterior. A
Nasdaq subiu 2,25%, e o índice
Standard & Poor's 500, 1,75%. Na
Europa, Paris subiu 1,35%, e
Frankfurt ganhou 0,8%. A Bolsa
londrina fechou inalterada.
Construção empaca
Os gastos em construção civil
nos EUA permaneceram inalterados em julho na comparação com
o mês anterior, de acordo com o
Departamento de Comércio. Para
os analistas, que esperavam um
recuo de 0,2%, o relatório ficou
acima da expectativa.
O investimento total só não recuou porque a construção de casas permanece em níveis elevados. As obras de prédios não-residenciais recuaram ao menor nível
em seis anos.
Os gastos governamentais, que aumentaram 0,9% no período, também ajudaram a manter aquecida a atividade no setor. Os investimentos do setor hoteleiro
foram os menores em seis anos.
Um sinal alarmante é o baixo nível de investimento das empresas do país. Os gastos em construção e ampliação de indústrias já caíram 48% nos últimos 12 meses e recuaram, em julho, ao menor nível desde 1978.
Com agências internacionais
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