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CARROS
Para Anfavea, dado indica tendência de aquecimento; analistas discordam
Licenciamento sobe com IPI menor
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A representante das montadoras no país, a Anfavea, apresentou
ontem uma nova análise das vendas de automóveis. Quis mostrar
que há tendência de aumento na
comercialização de carros -e redução de estoques- após a queda no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em agosto.
A análise foi considerada equivocada por especialistas.
Segundo os dados apresentados, de 4 de agosto a 3 deste mês
(após a queda do IPI) houve alta
de 7% no licenciamento de automóveis sobre igual período anterior -de 4 de julho a 3 de agosto.
O total de carros licenciados
passou de 103 mil para 111 mil nos
intervalos. Porém no período em
que há maior volume de carros licenciados -de 4 de agosto a 3 de
setembro- existiram mais dias
úteis (23) do que no período anterior (20 dias).
"Como há mais dias úteis, a elevação de agosto a setembro deveria ser de 15%, e não de 7%. Além
disso, a redução do IPI nunca vai
reduzir o preço do carro e aumentar a venda num mercado com
renda em declínio. Isso não existe", diz José Eduardo Favoretto,
consultor e ex-executivo do setor.
A Anfavea informa que a análise
não segue metodologia definida
nem é imune às variações no total
de dias úteis do período. É só um
indicador para medir a "temperatura" do mercado, incluindo os
primeiros dias de setembro.
Outro fator que vai contra a eficácia do termômetro do licenciamento é que os dados levam em
conta o número de pessoas que licenciaram carros no período, mas
a compra pode ter ocorrido no
mês anterior, em julho, antes da
queda do imposto, e o documento, ter sido solicitado em agosto.
Isso porque o cliente tem até 30
dias para legalizar a situação.
A entidade voltou a afirmar que
as revendas devem repassar a redução do IPI ao mercado. "Entendemos que aquilo que elas [lojas]
podem cumprir tem sido feito e
há manutenção dos bônus e descontos", disse Ricardo Carvalho,
presidente da Anfavea.
Pesquisas de consultorias mostram que muitos modelos de carros não tiveram redução, mas aumento de preço nas lojas.
Produção e retomada
Números apresentados ontem
mostram ainda que ocorreu queda de 11,3% na produção de unidades (carros, caminhões e ônibus) em agosto em relação a julho. Na comparação com agosto
de 2002, a queda foi de 6%.
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