São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Governo quer agilizar a análise de transgênicos

Furlan diz que intenção é acabar com a fila comum de processos na CTNBio

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Embrapa está com pesquisas paradas devido à fila de processos em comissão

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PIRACICABA

O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) anunciou ontem, em Piracicaba (SP), que o governo federal vai acabar com a fila comum de processos na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para tentar agilizar a análise dos produtos transgênicos com fins comerciais.
Furlan disse que já conversou pessoalmente sobre as mudanças com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As análises dos cultivos são feitas pela CTNBio, órgão que presta assessoramento na formulação, na atualização e na implementação da Política Nacional de Biossegurança.
Segundo Furlan, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por exemplo, está com diversas pesquisas paradas por conta de uma fila de processos na CTNBio.
"A CTNBio tinha uma agenda, e essa agenda era voltada a partir de um critério de processos de antigüidade. O que nós combinamos há pouco tempo com diversos ministros envolvidos, e até por sugestão da ministra Marina Silva [Meio Ambiente], é dividir a pauta da CTNBio em três itens."
Para Furlan, essa é uma reivindicação de diversos centros de pesquisa e deve evitar que haja uma fila comum de processos.
"Hoje, há uma reclamação de todos os centros de pesquisa, em particular da Embrapa, que tem mais de cem projetos que não pode levar adiante sem alteração prévia da CTNBio."
O atraso da CTNBio em aprovar o cultivo comercial de transgênicos já havia sido alvo de críticas do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto. Só estão autorizados no Brasil os cultivos de dois produtos geneticamente modificados: algodão e soja -desenvolvidos por multinacionais.

Álcool
O ministro disse ainda que o governo federal padronizará em seis meses a produção de álcool (etanol) no país.
"Nós demos prioridade a essa especificação porque hoje o setor perde com essa variação de qualidade de produto e muitas vezes enfrenta problemas de barreiras de entrada em outros países, além de prejudicar o consumidor", disse.
"Nós fizemos um programa de certificação de qualidade e de padronização do setor de álcool e a gente espera que nos próximos seis meses essa padronização e certificação esteja pronta para ser implantada."


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