THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de cem embarcações pesqueiras fecharam durante todo o dia de ontem o canal de acesso ao porto de Itajaí (102 km de Florianópolis) impedindo a movimentação de navios e causando um prejuízo estimado em US$ 16,5 milhões (R$ 35,1 milhões).
Os pescadores reivindicam a equiparação do preço do óleo diesel ao praticado no exterior. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Pesqueiras de Itajaí, Antonio Carlos Momm, o preço do litro hoje em Santa Catarina sai, em média, por R$ 1,55 -na Argentina ele é vendido por R$ 0,65.
A paralisação, afirmou Momm, é por tempo indeterminado. No protesto, foram exibidas faixas pedindo explicações ao governo federal: "É justo nossos barcos competirem com barcos argentinos que têm o óleo a R$ 0,6480 o litro?"
Segundo a administração do porto, algumas operações foram adiantadas anteontem e durante a madrugada para amenizar o impacto da greve. Porém, a movimentação ficou comprometida ontem.
A manifestação dos pescadores se estendeu ainda para o porto de Rio Grande (323 km de Porto Alegre). Momm disse que o Rio de Janeiro também estuda aderir à paralisação hoje ou amanhã.
"Há muita pressão da Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca), que quer que acabemos com a greve. Eles dizem que não é o momento oportuno, pois pode atrapalhar os candidatos do PT. Enquanto eles se preocupam com o lado político, nós pensamos nos lados empresarial e social da atividade."
A Seap, por meio de nota, afirma que o "governo federal tem uma política de subvenção do preço do óleo diesel marítimo para garantir a equalização aos valores praticados no mercado internacional". O documento diz ainda que o Estado de Santa Catarina foi o mais beneficiado com combustível subsidiado em 2005.


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