São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Floricultura deve crescer mais que o PIB em 2006

Neste ano, expansão do setor pode superar 5%, ante entre 3% e 4% da economia

País conquista consumidor de Holanda, Itália, Reino Unido, EUA e Japão, mas o consumo interno ainda é pequeno


MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Beleza e emoção são os carros-chefes da floricultura, setor econômico que todos os anos obtém crescimento superior ao do Produto Interno Bruto. Neste ano, a média nacional de crescimento supera os 5%, mas em algumas regiões, como o Ceará, que se especializa cada vez mais nas exportações, o desempenho será ainda maior e atingirá 25% em relação a 2005. As exportações cearenses devem crescer 42% no ano.
Mesmo com tão bom desempenho na produção, os produtores de flores esperam mais do mercado interno, que ainda tem muito espaço para crescer. O Brasil vem conquistando consumidores importantes, como os de Holanda, Itália, Reino Unido, Estados Unidos e Japão.
As exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais somaram US$ 15 milhões no primeiro semestre deste ano, 7,95% mais do que no mesmo período do ano passado. Os produtores brasileiros conseguiram colocar flores em 30 diferentes mercados neste ano.
Apesar do bom desempenho externo, o setor ainda patina nas vendas internas. Faltam renda e hábito ao consumidor brasileiro, segundo Renato Opitz, presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais. "Mas estamos avançando, embora lentamente", completa.
Além de beleza, a flor significa emoção e está presente em todos os momentos importantes da vida, do nascimento à morte, diz Opitz.

Distante de outros
Os números de consumo realmente colocam o Brasil em posição bem distante da de outros grandes consumidores.
Na média, os brasileiros gastam US$ 8 por ano com flores. Na Europa, esse valor é de US$ 60. Na Suíça, chega a US$ 120.
Os pólos de desenvolvimento da floricultura são importantes porque envolvem do pequeno ao grande produtor, sempre gerando um número de empregos bem maior do que o de outros setores, segundo José Rubens Aguiar, gerente de floricultura da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará.
O Estado, que em 1991 cultivava 19 hectares com flores, atingirá 260 hectares neste ano, com as exportações subindo de US$ 400 mil para US$ 4 milhões no mesmo período.
A floricultura não precisa de muito espaço, mas de tecnologia e investimentos. Um hectare plantado com flores pode gerar até 15 empregos e render, dependendo do produto cultivado, R$ 100 mil por ano, segundo Aguiar. No mesmo espaço e período, a fruticultura rende R$ 10 mil.
Uma área de plantio de três hectares já é considerada como uma atividade desenvolvida por um grande produtor. Algumas famílias desenvolvem a atividade em apenas 200 m2.
Opitz destaca que, além de gerar empregos, o setor de floricultura emprega trabalhadores mais bem qualificados, principalmente mulheres, que são 80% do mercado de trabalho.


Texto Anterior: Petróleo cai abaixo de US$ 69, menor valor em 2 meses
Próximo Texto: Atividade exige investimento e especialização
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.