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Floricultura deve crescer mais que o PIB em 2006
Neste ano, expansão do setor pode superar 5%, ante entre 3% e 4% da economia
País conquista consumidor de Holanda, Itália,
Reino Unido, EUA e
Japão, mas o consumo interno ainda é pequeno
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Beleza e emoção são os carros-chefes da floricultura, setor
econômico que todos os anos
obtém crescimento superior ao
do Produto Interno Bruto. Neste ano, a média nacional de
crescimento supera os 5%, mas
em algumas regiões, como o
Ceará, que se especializa cada
vez mais nas exportações, o desempenho será ainda maior e
atingirá 25% em relação a
2005. As exportações cearenses devem crescer 42% no ano.
Mesmo com tão bom desempenho na produção, os produtores de flores esperam mais do
mercado interno, que ainda
tem muito espaço para crescer.
O Brasil vem conquistando
consumidores importantes, como os de Holanda, Itália, Reino
Unido, Estados Unidos e Japão.
As exportações brasileiras de
flores e plantas ornamentais
somaram US$ 15 milhões no
primeiro semestre deste ano,
7,95% mais do que no mesmo
período do ano passado. Os
produtores brasileiros conseguiram colocar flores em 30 diferentes mercados neste ano.
Apesar do bom desempenho
externo, o setor ainda patina
nas vendas internas. Faltam
renda e hábito ao consumidor
brasileiro, segundo Renato
Opitz, presidente da Câmara
Setorial Federal de Flores e
Plantas Ornamentais. "Mas estamos avançando, embora lentamente", completa.
Além de beleza, a flor significa emoção e está presente em
todos os momentos importantes da vida, do nascimento à
morte, diz Opitz.
Distante de outros
Os números de consumo
realmente colocam o Brasil em
posição bem distante da de outros grandes consumidores.
Na média, os brasileiros gastam US$ 8 por ano com flores.
Na Europa, esse valor é de US$
60. Na Suíça, chega a US$ 120.
Os pólos de desenvolvimento
da floricultura são importantes
porque envolvem do pequeno
ao grande produtor, sempre gerando um número de empregos
bem maior do que o de outros
setores, segundo José Rubens
Aguiar, gerente de floricultura
da Secretaria de Agricultura e
Pecuária do Estado do Ceará.
O Estado, que em 1991 cultivava 19 hectares com flores,
atingirá 260 hectares neste
ano, com as exportações subindo de US$ 400 mil para US$ 4
milhões no mesmo período.
A floricultura não precisa de
muito espaço, mas de tecnologia e investimentos. Um hectare plantado com flores pode gerar até 15 empregos e render,
dependendo do produto cultivado, R$ 100 mil por ano, segundo Aguiar. No mesmo espaço e período, a fruticultura rende R$ 10 mil.
Uma área de plantio de três
hectares já é considerada como
uma atividade desenvolvida
por um grande produtor. Algumas famílias desenvolvem a
atividade em apenas 200 m2.
Opitz destaca que, além de
gerar empregos, o setor de floricultura emprega trabalhadores mais bem qualificados,
principalmente mulheres, que
são 80% do mercado de trabalho.
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