São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2008

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Fundo AIG investe em construção de fábricas

Grupo visa mercado de construções corporativas, com aporte na Advento

Com caixa de US$ 700 mi para a América Latina, fundo aposta na demanda por prédios industriais e comerciais no Brasil

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A AIG Investments, gestora de um fundo de "private equity" (para aplicação em empresas de capital fechado), com caixa de US$ 700 milhões para investimentos na América Latina, anunciou ontem aporte de R$ 60 milhões, com opção para mais R$ 20 milhões, na Advento Participações S.A.
É o quarto negócio ancorado nesse segundo fundo da AIG constituído para aquisições minoritárias de empresas.
A Advento reúne empresas de serviço para o mercado de engenharia e construção e é controlada por Juan Quirós, empresário e ex-presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento). Com o investimento do AIG, o Grupo Advento concluirá a compra da Serpal Engenharia e Construtora, empresa de construção para os setores industrial e comercial.
A aquisição tem como finalidade transformar a Advento na única construtora verticalizada para os mercados industrial e comercial, ou que responda por todas as fases de construção do empreendimento, do primeiro tijolo à entrega das chaves.
O projeto que capturou o interesse da AIG prevê a disputa de um mercado em expansão formado por grandes construções corporativas no Brasil, em setores como automobilístico, papel e celulose, siderúrgico e alimentos e bebidas.
"A idéia é posicionar a construtora no mercado que de fato vai crescer no Brasil: do investimento industrial e comercial", diz Juan Quirós, da Advento.
Neste ano, em contratos, a meta é alcançar R$ 580 milhões. Em 2009, R$ 770 milhões. Apesar da crise no mercado de ações, a AIG pretende deixar a Advento em cinco anos via mercado de capitais.

Novo fundo
"O primeiro fundo de US$ 500 milhões da AIG já foi integralmente investido, e o retorno obtido ao sairmos foi excepcional", diz Cristiano Lauretti, gestor do AIG Investments. "Investimos US$ 26 milhões na Gol, em 2003, e saímos da companhia ao vender a participação por US$ 270 milhões, mais de dez vezes", diz Lauretti.
Esse mesmo fundo levou a AIG a uma associação com o Pão de Açúcar para a compra da rede Sendas.
O fundo avalia neste momento cerca de 15 projetos para investimentos, entre os quais uma companhia de prospecção e exploração de petróleo e outras de ramos variados, como tecnologia da informação, educação e finanças.
"Se fecharmos pelo menos mais três, vamos partir para a formação de um terceiro fundo de "private equity" no Brasil, agora com valor superior a US$ 1 bilhão", afirma o executivo.


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