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Brasil já possui 220 mil milionários, diz pesquisa
Há dois anos, brasileiros com fortuna superior a US$ 1 milhão eram 130 mil
Valor total das fortunas no mundo chega a US$ 109,5 tri,
quantia abaixo da esperada
devido à crise financeira;
brasileiros têm US$ 1,2 tri
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil está entre os países
em que o número de milionários mais cresce. Estimativas
do BCG (The Boston Consulting) indicam que 220 mil brasileiros detêm, juntos, US$ 1,2
trilhão aplicado no mercado financeiro. Para fazer parte desse time, é preciso ter investido
pelo menos US$ 1 milhão. Há
dois anos, os brasileiros formavam grupo de 130 mil integrantes com US$ 1,1 trilhão.
No ano passado, o Brasil chamou a atenção dos pesquisadores do BCG, que registraram
um acréscimo de 60 mil novos
participantes, aumentando a
lista nacional de milionários
para 190 mil. Por isso, uma
equipe do BCG veio ao país especialmente para fazer um levantamento local. O estudo
ainda não foi publicado, mas
estima-se que os números deverão acompanhar o crescimento registrado nos anos anteriores, em torno de 16%.
Segundo o relatório, divulgado ontem nos Estados Unidos,
as fortunas mundiais, incluindo as dos brasileiros, cresceram
3% menos que o esperado devido à crise financeira nos EUA.
Mas os números indicam que
esses afortunados tornaram-se
ainda mais ricos.
A soma de suas riquezas atingiu a marca de US$ 109,5 trilhões, uma alta de 4,9% em relação ao ano passado. Os milionários da América do Norte
(EUA e Canadá) lideram essa
lista, com US$ 39,2 trilhões; seguidos pela Europa, com US$
38,3 trilhões; Ásia (considerando o Japão), com US$ 25,6 trilhões; Oriente Médio e África,
com US$ 3,4 trilhões; e América Latina, com US$ 3,1 trilhões.
Isoladamente, os EUA são os
líderes mundiais, com 4,9 milhões de pessoas com mais de
US$ 1 milhão. Desse total, 674
mil têm mais de US$ 5 milhões.
Na Ásia, 900 mil japoneses detêm metade da fortuna da região. Desses, 71 mil têm mais de
US$ 5 milhões.
Na América Latina, não é diferente. Os brasileiros mais ricos detêm 37% das fortunas da
região. Os mexicanos vêm em
seguida, com 23%, o equivalente a US$ 714 bilhões.
O que explica o aumento acelerado das riquezas no Brasil foi
o grande número de IPOs
(Ofertas Iniciais de Ações) nos
últimos dois anos. Segundo o
BCG, a maior parte das empresas que abriram o capital pertencia a grupos familiares que,
rapidamente, transformaram
parte de suas empresas em dinheiro vivo para investir. Os
negócios que mais fizeram milionários estão ligados a agropecuária, petróleo e minérios.
No rastro desse crescimento,
o mercado de luxo no país cresce 17% ao ano, descontando a
inflação, o que significa ritmo
três vezes superior ao da economia do país. A expansão vem
se mantendo nos últimos quatro anos e, segundo estudos internacionais, seguirá até 2013.
A fila de milionários aguardando artigos sofisticados, que
vão de bolsas e sapatos, passando por jóias e aviões executivos,
já chega a 18 meses em alguns
casos. Bancos nacionais e estrangeiros que atendem essa
classe já lucram mais que as
instituições similares que
atuam com os milionários nos
EUA, na Europa e no Japão.
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