São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Inflação pode ficar abaixo de 2,5% no ano

Pela primeira vez na história do sistema de metas para inflação, adotado no Brasil em 1999, a taxa de inflação medida pelo IPCA poderá encerrar o ano abaixo do limite inferior da meta, que foi determinada pelo CMN em 2,5%.
Se esse cenário se concretizar, além de o IPCA registrar a segunda menor taxa desde sua criação, em dezembro de 1979, ficando atrás somente do ano de 1998, que apurou variação de 1,7% em decorrência das crises internacionais em importantes emergentes, como a Ásia em 1997 e a Rússia 1998, será a terceira vez consecutiva que a autoridade monetária erra a meta de inflação e a quinta desde 1999.
A conclusão consta de relatório elaborado pela Austin Rating e que será distribuído amanhã para os seus clientes. A queda da taxa de inflação em 2006 tem surpreendido constantemente os analistas, que revisam seguidamente suas projeções. O último boletim Focus, do Banco Central, já prevê um índice abaixo de 3%.
Segundo o economista Alex Agostini, da Austin Rating, as sucessivas revisões da inflação para baixo abrem espaço para supor uma taxa menor do que o limite inferior da meta e, principalmente, devem fazer com que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tenha de dar explicações para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e responder ao menos duas indagações.
Em primeiro lugar, quais os fatores que levaram a inflação a ficar abaixo dos parâmetros determinados para o cumprimento da meta. A outra questão é por que a taxa de juros não recuou de forma mais acentuada a partir de maio, dado que tanto a expectativa de inflação para 12 meses à frente quanto a expectativa para o IPCA de 2006 estavam abaixo do centro da meta (4,5%) e em trajetória descendente, bem como a economia já apresentava sinais de letargia no segundo trimestre.
O pior, conforme mostram os gráficos ao lado, o Brasil, em comparação aos países emergentes, apresenta taxas de crescimento mais baixas e, desde 2005, índices de inflação também inferiores. Para Agostini, os números mostram que houve excesso de conservadorismo do BC.

SAÚDE ON-LINE
A Amil Assistência Médica acaba de criar uma área para vender planos de saúde pela internet, com investimentos de cerca de R$ 1 milhão. Em cinco meses de plano piloto, o novo canal de vendas já registrou crescimento de 30% em contratos fechados. Para Edson Bueno, presidente do grupo Amil, "a expectativa é que, em um ano, ele seja responsável por 10% do total de negociações".

VARREDURA
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) não está medindo esforços para investigar Edmilson Pereira Bruno, o delegado da Polícia Federal responsável pelo vazamento das fotografias do dinheiro apreendido com petistas no último dia 15 em hotel de São Paulo e que seria supostamente usado na compra de dossiê contra candidatos tucanos. Até parentes e amigos do delegado Bruno estariam na mira dos arapongas da agência de espionagem do governo federal.

OTIMISMO
Às vésperas do segundo turno, a sociedade está confiante numa melhora significativa da renda. O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) de setembro, que será divulgado hoje, pela CNI, mostra que a expectativa da renda em geral atingiu 111,4 pontos, recorde histórico da série, que começou em outubro de 1997. O recorde anterior era de junho de 2003, de 110,9 pontos. O índice de setembro foi 99,7 pontos, 11,8% maior do que em setembro de 2005. O do trimestre anterior havia sido de 108,1 pontos.

PASSO DE FORMIGA
Apenas 22,6% do consumo de cimento no país está entre os consumidores "formiga", os domiciliares, segundo dados do SNIC (sindicato da indústria do cimento). O restante é consumido por empreiteiras.

BOLSA ECUMÊNICA
Raymundo Magliano, presidente da Bovespa, reunirá hoje lideranças de 11 religiões para discutir uma campanha em prol da tolerância e da paz mundial. Em seguida, o grupo fará a bênção ecumênica do novo centro permanente de visitação da Bolsa de Valores, no local do antigo pregão.

SUCESSÃO
Já foi escolhido o sucessor de Flávio Rocha (Riachuelo) à frente do IDV. Será Hélio Seibl, da Leroy Merlin.


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