São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Clarín busca US$ 560 mi com a venda de ações

Oferta inicial será de 50 mi de títulos em Bolsas

DE BUENOS AIRES

O grupo Clarín, maior grupo editorial da Argentina, fará uma oferta pública inicial de 50 milhões de ações nas Bolsas de Valores de Londres e de Buenos Aires. O montante equivale a 17,5% do capital social da empresa. Com a oferta, o Clarín espera arrecadar de US$ 450 milhões a US$ 560 milhões.
A intenção inicial da empresa é vender 10 milhões de ações em Buenos Aires e 40 milhões em Londres, mas se o interesse dos investidores argentinos for maior, a oferta pode aumentar.
"Essa operação tem o objetivo de aumentar a força financeira da companhia e colocá-la numa posição favorável para perseguir oportunidades de crescimento futuras que beneficiem todos os acionistas", informou o executivo-chefe da empresa, Hector Magnetto.
O grupo Clarín tem, entre outros ativos, o jornal de mesmo nome, líder de vendas na Argentina, o canal 13, vice-líder na televisão aberta argentina, e a Cablevisión, maior operadora de TV a cabo do país. O faturamento bruto do grupo no primeiro semestre deste ano foi de US$ 645 milhões.
Até ontem, 82% de suas ações pertenciam ao grupo diretor formado por Magnetto, Ernestina Noble, José Aranda e Lucio Pagliaro; os outros 18% pertencem ao banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs, que, em 1999, pagou US$ 500 milhões por essa participação.
Desde então, o Goldman Sachs já tinha a intenção de disponibilizar essas ações na Bolsa, mas a crise econômica argentina de 2001 e 2002 atrasou os planos. Com a oferta pública, o banco reduzirá sua participação no grupo Clarín a 10%.
A operação de oferta das ações do grupo será coordenada pelo Goldman Sachs e pelo Credit Suisse e será concluída no próximo dia 18.
Francisco Prack, economista-chefe do grupo SBS em Buenos Aires, prevê que a operação dará US$ 550 milhões ao Clarín. Ele diz que o dinheiro pode ser usado para ajudar o Clarín a adquirir ativos que lhe permitam oferecer serviços combinados de internet, TV a cabo e telefonia a partir de 2008.
A oferta pública inicial do Clarín será apenas a sétima operação desse tipo na Bolsa de Buenos Aires na última década, contra 88 na Bovespa. O presidente do organismo, Adelmo Gabbi, disse que espera que a operação do Clarín fomente novas ofertas públicas no curto prazo. (RODRIGO RÖTZSCH)


Com a Bloomberg


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