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Manhattan mira em emergentes para escapar da crise financeira
Câmara de Comércio enviará missão ao Brasil para buscar oportunidades
DE NOVA YORK
Com a economia dos Estados
Unidos a centímetros da recessão, a Câmara de Comércio de
Manhattan busca parcerias
com países que diz enxergar
mais estáveis, como o Brasil,
para desafogar serviços que
têm tido pouca demanda entre
empresários americanos.
Para a estratégia de trabalho,
que começou a ser implementada há três meses, a câmara
contratou um profissional brasileiro da área de comércio exterior e firmou parceria com a
Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Enviará missão comercial
ao Brasil, para divulgar possíveis oportunidades, e trará empresários fluminenses a Nova
York em fevereiro para fazer o
mesmo.
Do lado brasileiro, empresários interessados em fazer negócios em Manhattan terão a
vantagem de serem apresentados diretamente a parceiros de
interesse. Ou seja, freqüentarão o "clube" comercial da ilha.
Já os americanos associados à
câmara (são 4.000 sócios e 100
mil empresas representadas)
buscam faturar vendendo serviços a esse empreendedor estrangeiro, em áreas como direito, consultoria comercial, publicidade, distribuição e logística -prestadores de serviço
muito afetados pela morosidade da economia americana.
"Parcerias com estrangeiros
são sempre bem-vindas, especialmente agora, neste ambiente de crise econômica. Por isso
focamos em mercados como o
brasileiro", disse à Folha Ally
Gunduz, diretora de Negócios
Globais da câmara, que implanta a estratégia. Projetos semelhantes específicos para Argentina, Colômbia, Índia, Turquia, entre outros países, também estão em curso, diz ela.
"Os mercados emergentes
são aqueles para os quais os
serviços de nossos associados
podem ser mais importantes.
Em um período de crise, também há muita oportunidade."
Gunduz exemplifica: "Se um
pequeno empresário brasileiro, fabricante de sapatos, telefona para a [loja de departamentos] Bloomingdale's, ele
pode ter dificuldade em vender
seu produto, porque ninguém o
conhece, ninguém sabe de onde ele vem. Nós apresentaremos os dois lados, mostraremos suas referências".
Apesar da crise
O empresário disposto a fazer negócios com os Estados
Unidos, é claro, desafiará a estagnação do consumo interno.
Economistas projetam que o
terceiro trimestre deste ano será o primeiro, desde 1991, com
queda no montante do consumo interno.
Cristiano Prado, da Firjan,
diz que ainda assim a ponte é
importante. "A oportunidade
de se internacionalizar é sempre boa. Queremos divulgar o
mercado fluminense."
(DB)
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