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Na oposição, PT sempre votou contra
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A votação do acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
no Senado vai expor mais uma
vez a contradição entre o PT no
governo e o PT na oposição. A sigla votou contra todos os acordos
firmados até agora com o Fundo.
Desta vez, espera que a minoria
não crie dificuldades e já argumenta que os termos negociados
seriam melhores que os de acordos anteriores. A oposição, ao
contrário do que fazia o PT, deve
votar a favor do acordo, mas antes
vai explorar o que puder das contradições no discurso petista.
O líder pefelista, José Agripino
(RN) diz que o FMI exigiu -e
conseguiu- do PT o que nunca
exigiu antes dos outros.
Esse seria o caso da edição da
medida provisória que acaba com
a cobrança em cascata da Cofins.
Segundo Agripino, foi uma exigência do Fundo -a adoção da
medida já consta no atual acordo,
negociado na gestão Fernando
Henrique Cardoso.
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), rebateu, afirmando que a edição da
MP no final de 2003 foi acordada
por todos os líderes no Congresso
ainda no final de 2002, quando foi
aprovado o projeto que determinava fim da cobrança em cascata.
"Nunca teve nenhuma dificuldade [para o Senado aprovar],
não vai ter agora", diz Mercadante. Não é bem assim. Em 98 o PT e
setores do PMDB ingressaram
com uma ação na Justiça para tentar impedir que o governo fechasse o acordo com o FMI sem antes
ser autorizado pelo Senado.
Na época, a Justiça entendeu
que o acordo não se caracterizava
como uma operação de financiamento externo, o que exigiria a
autorização prévia. Derrotado no
Judiciário, o PT fez um voto separado contrário à ratificação. Assinado pelo senador Eduardo Suplicy (SP), então líder do PT, o voto dizia que o acordo aprofundava a "dependência ao mercado financeiro internacional".
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), deve aprovar o acordo,
mas condena o governo por ter
"fingido que não iria ao FMI ou
que faria um acordo com cláusulas sociais. Já não basta o fato desagradável de fazer o acordo, agora ainda temos de tomar lição de
políticas sociais com o Fundo".
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