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Brasil terá Alca ou nada, dizem EUA
DE WASHINGTON
O co-presidente norte-americano no processo de negociação da
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas), Peter Allgeier, excluiu
ontem o Brasil como país que
apresenta os requisitos para um
acordo bilateral com os EUA, caso
o ambicioso bloco de 34 países
não seja concluído.
Para Allgeier, ""os desejos, padrões e níveis de ambição que os
EUA têm para novos acordos bilaterais, com quem quer que seja,
são os mesmos que os perseguidos para a Alca".
Às vésperas de uma nova viagem do chanceler brasileiro, Celso Amorim, a Washington para
tentar diminuir as diferenças na
Alca, Allgeier também qualificou
como ""fundamentais" nas negociações justamente os pontos que
o Brasil se recusa a aceitar.
Ao mesmo tempo, voltou a repetir que os EUA não negociarão
na Alca o fim dos subsídios agrícolas a produtores norte-americanos, como quer o Brasil. ""Alguns países parecem temer que
uma Alca ambiciosa limite suas
ações em políticas de desenvolvimento. Nós não acreditamos nisso", disse, em referência ao Brasil.
Além de um acordo na área de
investimentos, o Brasil não quer
incluir na Alca regras para compras governamentais e para propriedade intelectual.
Allgeier disse que o estabelecimento de regras para esses pontos
que não interessam ao Brasil ""não
são apenas fontes de renda e empregos, mas parte da formação da
infra-estrutura de um país e de
sua competitividade".
O negociador americano afirmou que regras nessas áreas são
""fortes inibidores de corrupção e
de favorecimentos".
Na sexta-feira e no sábado,
Amorim terá encontros em Washington com o representante de
comércio norte-americano, Robert Zoellick, para tentar aparar
as diferenças entre os dois países
antes da reunião ministerial da
Alca em Miami, daqui a duas semanas.
(FCz)
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