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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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Brasil terá Alca ou nada, dizem EUA

DE WASHINGTON

O co-presidente norte-americano no processo de negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), Peter Allgeier, excluiu ontem o Brasil como país que apresenta os requisitos para um acordo bilateral com os EUA, caso o ambicioso bloco de 34 países não seja concluído.
Para Allgeier, ""os desejos, padrões e níveis de ambição que os EUA têm para novos acordos bilaterais, com quem quer que seja, são os mesmos que os perseguidos para a Alca".
Às vésperas de uma nova viagem do chanceler brasileiro, Celso Amorim, a Washington para tentar diminuir as diferenças na Alca, Allgeier também qualificou como ""fundamentais" nas negociações justamente os pontos que o Brasil se recusa a aceitar.
Ao mesmo tempo, voltou a repetir que os EUA não negociarão na Alca o fim dos subsídios agrícolas a produtores norte-americanos, como quer o Brasil. ""Alguns países parecem temer que uma Alca ambiciosa limite suas ações em políticas de desenvolvimento. Nós não acreditamos nisso", disse, em referência ao Brasil.
Além de um acordo na área de investimentos, o Brasil não quer incluir na Alca regras para compras governamentais e para propriedade intelectual.
Allgeier disse que o estabelecimento de regras para esses pontos que não interessam ao Brasil ""não são apenas fontes de renda e empregos, mas parte da formação da infra-estrutura de um país e de sua competitividade".
O negociador americano afirmou que regras nessas áreas são ""fortes inibidores de corrupção e de favorecimentos".
Na sexta-feira e no sábado, Amorim terá encontros em Washington com o representante de comércio norte-americano, Robert Zoellick, para tentar aparar as diferenças entre os dois países antes da reunião ministerial da Alca em Miami, daqui a duas semanas. (FCz)


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