DA REPORTAGEM LOCAL

A duas semanas de uma nova rodada de negociações da Alca (a zona de livre comércio das Américas), o secretário de relações internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, admitiu ontem que a possibilidade de fracasso mesmo para um eventual acordo ""light" aumentou.
""A expectativa sempre é que o bom senso e o compromisso com o comércio prevaleçam. No momento em que não houver essa esperança, não há sentido mais em negociar", disse Canuto.
O secretário argumentou que, antes do fracasso das negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Cancún, a possibilidade de um acordo, ainda que para formação da chamada Alca ""light", era de 40%. ""Toda essa previsão piorou por conta da postura norte-americana pós-Cancún", disse Canuto, em referência às acusações do governo dos EUA e dos membros da UE (União Européia) de que o Brasil e seus aliados tinham sido artífices do fracasso das negociações.
Na visão dos negociadores brasileiros, só seria viável cumprir o prazo de janeiro de 2005 para a Alca se os EUA fizerem concessões ao acesso de produtos brasileiros, principalmente agrícolas, e se houver concordância em ""fatiar" as negociações e deixar de fora temas polêmicos. Esse seria o formato da Alca "light".
De sua parte, os EUA defendem o que chamam de agenda abrangente, mas não querem discutir, na Alca, temas como subsídios.


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