|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Diferença de quase R$ 500 na cesta-alimentação permitiu que categoria aceitasse proposta dos bancos para acordo
Bancário aprova reajuste e põe fim a impasse
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha salarial dos bancários, responsável por uma greve
de 30 dias que atingiu 24 capitais
do país e foi mais concentrada no
setor público, chegou ao fim ontem com a aprovação da proposta
de acordo da Fenaban (Federação
Nacional dos Bancos).
Em assembléia em São Paulo,
que reuniu 590 bancários do setor
privado, 97% dos funcionários
decidiram aceitar o reajuste de
8,5% a 12,77% -dependendo da
faixa salarial (salários até R$ 1.500
terão 8,5% de reajuste mais R$
30)-, segundo o Sindicato dos
Bancários de São Paulo (CUT).
"Nesse reajuste está prevista a
recuperação dos salários, com aumento real de 1,7% a 5,7% [acima
da inflação de 6,64% do INPC até
agosto]. Foi o melhor acordo dos
últimos dez anos", afirma Luiz
Claudio Marcolino, presidente do
sindicato de São Paulo.
No setor privado trabalham 82
mil dos 106 mil empregados dos
bancos da capital, Osasco e região
e 62,5% dos 400 mil bancários de
todo o país.
A proposta também foi aprovada em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Nas
demais regiões, assembléias estão
previstas para ocorrer até a próxima terça-feira. Os bancários pediam 19% de reajuste e abono salarial de R$ 1.500, além de lucros.
O acordo aprovado garante ainda o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados)
no valor de 80% do salário mais
R$ 705 fixos e uma cesta-alimentação extra de R$ 700. Os bancos
alteraram o valor da cesta -de
R$ 271 para R$ 700- para que a
categoria votasse a proposta.
Foram esses quase R$ 500 a
mais que garantiram a aprovação
da proposta, após o desgaste de
uma campanha salarial difícil,
marcada por disputas sindicais
entre a direção do sindicato de
São Paulo e a oposição de dirigentes do PSTU e pela intervenção da
Justiça trabalhista.
O TST (Tribunal Superior do
Trabalho) definiu o reajuste dos
funcionários do Banco do Brasil e
da Caixa Econômica Federal
-8,5% a 12,77% e abono de R$
1.000- depois de bancários ligados à Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito) pedirem a intervenção na campanha. Apesar
de a confederação não representar a maioria dos empregados, ela
é que tem o direito, pela legislação
sindical, de acionar a Justiça.
Como a decisão do TST não determina o pagamento de PLR
nem cesta-alimentação, os bancários se reúnem hoje com a direção
do Banco do Brasil para discutir
essa questão. A Caixa ainda não
marcou negociação.
(CR)
Texto Anterior: Embraer: Funcionários aprovam proposta de reajuste Próximo Texto: Fiscalização: Receita autua importadoras em R$ 1,78 bi Índice
|