São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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TRABALHO

Diferença de quase R$ 500 na cesta-alimentação permitiu que categoria aceitasse proposta dos bancos para acordo

Bancário aprova reajuste e põe fim a impasse

DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha salarial dos bancários, responsável por uma greve de 30 dias que atingiu 24 capitais do país e foi mais concentrada no setor público, chegou ao fim ontem com a aprovação da proposta de acordo da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
Em assembléia em São Paulo, que reuniu 590 bancários do setor privado, 97% dos funcionários decidiram aceitar o reajuste de 8,5% a 12,77% -dependendo da faixa salarial (salários até R$ 1.500 terão 8,5% de reajuste mais R$ 30)-, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
"Nesse reajuste está prevista a recuperação dos salários, com aumento real de 1,7% a 5,7% [acima da inflação de 6,64% do INPC até agosto]. Foi o melhor acordo dos últimos dez anos", afirma Luiz Claudio Marcolino, presidente do sindicato de São Paulo.
No setor privado trabalham 82 mil dos 106 mil empregados dos bancos da capital, Osasco e região e 62,5% dos 400 mil bancários de todo o país.
A proposta também foi aprovada em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Nas demais regiões, assembléias estão previstas para ocorrer até a próxima terça-feira. Os bancários pediam 19% de reajuste e abono salarial de R$ 1.500, além de lucros.
O acordo aprovado garante ainda o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de 80% do salário mais R$ 705 fixos e uma cesta-alimentação extra de R$ 700. Os bancos alteraram o valor da cesta -de R$ 271 para R$ 700- para que a categoria votasse a proposta.
Foram esses quase R$ 500 a mais que garantiram a aprovação da proposta, após o desgaste de uma campanha salarial difícil, marcada por disputas sindicais entre a direção do sindicato de São Paulo e a oposição de dirigentes do PSTU e pela intervenção da Justiça trabalhista.
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) definiu o reajuste dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal -8,5% a 12,77% e abono de R$ 1.000- depois de bancários ligados à Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito) pedirem a intervenção na campanha. Apesar de a confederação não representar a maioria dos empregados, ela é que tem o direito, pela legislação sindical, de acionar a Justiça.
Como a decisão do TST não determina o pagamento de PLR nem cesta-alimentação, os bancários se reúnem hoje com a direção do Banco do Brasil para discutir essa questão. A Caixa ainda não marcou negociação. (CR)


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