São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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Missão do FMI considera prudente decisão de elevar as taxas de juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A política de juros conduzida pelo Banco Central foi elogiada ontem por representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional). O apoio foi dado pelo vice-diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, Charles Collyns, que se disse satisfeito com as decisões tomadas recentemente pelo BC.
"Estamos satisfeitos com o fato de o Banco Central continuar seguindo uma política monetária apropriadamente prudente", afirmou Collyns, que chegou ontem a Brasília para mais uma revisão do atual acordo do Brasil com o FMI.
Nos últimos dois meses, o BC elevou os juros em duas oportunidades. No último aumento, a taxa Selic passou de 16,25% ao ano para 16,75%. A alta de 0,5 ponto percentual surpreendeu analistas do mercado financeiro e desagradou a integrantes do governo.
Os elogios à política de juros foram dados ontem por Collyns logo após seu encontro com o presidente do BC, Henrique Meirelles. Segundo o representante do FMI, a reunião serviu para discutir a evolução da economia brasileira. Além de Meirelles, também participaram do encontro os demais membros da diretoria do BC.
"Nós estamos com uma impressão muito favorável sobre a economia brasileira", afirmou Collyns. A equipe chegou anteontem. Em São Paulo, se encontraram com representantes do setor privado. Eles ficam no país até a semana que vem.
A cada três meses, uma equipe do FMI vem ao Brasil para verificar o cumprimento das metas previstas no acordo que, desde 1998, já foi renovado três vezes. A principal meta se refere à economia que o setor público tem que fazer para pagar os juros da sua dívida. Entre janeiro e setembro, o superávit primário ficou em R$ 69,771 bilhões, bem acima dos R$ 56,9 bilhões previstos no acordo.
Aprovada a revisão, o governo brasileiro terá acesso a uma linha de crédito de aproximadamente US$ 1,4 bilhão. O governo brasileiro afirma, porém, que não tem a intenção de sacar esses valores. Na última renovação, o FMI se comprometeu a liberar cerca de US$ 15 bilhões ao Brasil, em várias parcelas, desde que cumpridas as metas acertadas.


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