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TRABALHO
Montadoras negociam elevação da carga de trabalho e congelamento de salário em troca de manutenção de vagas
Por emprego, alemão abre mão de aumento
DA REDAÇÃO
Os trabalhadores da General
Motors na Alemanha aceitaram
flexibilizar a sua carga de trabalho
para tentar manter os empregos.
A Volkswagen negocia com seus
empregados um congelamento
de dois anos nos salários para não
ter que demitir.
Em meio a um processo de corte de gastos, os trabalhadores de
montadoras de automóveis na
Alemanha enfrentam duras negociações trabalhistas neste ano.
Em outubro, a GM anunciou
que só manteria uma das duas fábricas existentes na Europa para a
fabricação do modelo Episilon. O
anúncio despertou concorrência
entre as unidades da General Motors na Alemanha e na Suécia, que
fabricam o carro.
Na tentativa de assegurar a manutenção na fábrica, os operários
alemães mostraram-se dispostos
elevar o número de horas trabalhadas na semana. "Nossa recomendação é [uma jornada] de 30
a 40 horas por semana, com uma
média de salário de 35 horas", disse Klaus Franz, representante dos
empregados.
Apesar da iniciativa, os empregos dos operários alemães da GM
continuam ameaçados. Segundo
a companhia, há planos de eliminar 12 mil postos de trabalho na
Europa nos próximos dois anos
-a maioria na Alemanha.
O plano da GM é reduzir suas
operações na Europa, que são deficitárias, para lidar com uma redução na demanda global e com a
crescente competição com as
montadoras japonesas, principalmente. O programa de reestruturação da empresa prevê cortes de
gastos anuais de US$ 620 milhões.
Os cortes de gastos e as difíceis
negociações trabalhistas não são
exclusividade, porém, da General
Motors na Europa.
O cenário de dificuldades no
mercado de trabalho alemão, sobretudo no setor industrial, tem
feito empregados de outras empresas alemãs participarem da
onda de incremento na jornada
de trabalho, ainda que isso não
signifique necessariamente aumento de salários.
Com custos mais baixos e com
grande disposição para atrair investimentos produtivos, países do
Leste Europeu exercem uma forte
pressão nos postos de trabalhadores alemães. Hungria e República
Tcheca são alvos potenciais para a
instalação de indústrias alemãs.
Em julho deste ano, a Siemens
convenceu os empregados a trabalhar 40 horas por semana em
vez das habituais 35 horas, sem
pagamento extra, em troca da
promessa de não tirar a produção
do país. A jornada semanal de 35
horas não é uma lei federal, mas
um acordo com sindicatos.
A DaimlerChrysler também endureceu as negociações com os
trabalhadores e ameaçou cortar
6.000 empregos, caso os operários
da unidade de Sindelfingen não
aceitassem reduzir os ganhos com
benefícios e salários em 500 milhões por ano.
Na queda-de-braço com seus
empregados, a Volkswagen afirmou a intenção de congelar por
dois anos os salários de todos os
seus funcionários na Alemanha,
país-sede da empresa. Os empregados da montadora estão em estado de greve durante a dura negociação salarial.
Com agências internacionais
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