São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Indústria brasileira está cada vez mais petroleira, diz Iedi

Nos últimos 11 anos, a participação dos setores de refino de petróleo e álcool praticamente dobrou na indústria brasileira. O setor, no país, está ficando cada vez mais petroleiro.
Essa é uma das principais conclusões de um estudo feito pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) para medir as mudanças estruturais ocorridas na indústria brasileira de 1996 até os dias de hoje.
Para o trabalho, o Iedi utilizou como base a revisão das Contas Nacionais feita pelo IBGE tendo o ano de 2000 como base de referência e a PIA (Pesquisa Industrial Anual) de 2005, que permite identificar em que setores as mudanças foram mais intensas.
Uma das primeiras conclusões é que a indústria vem perdendo importância no PIB. Nesses 11 anos, só em quatro, incluindo 2007, o setor cresceu mais do que o PIB. Os outros foram 2000, 2003 e 2004.
De acordo com o Iedi, é importante que a indústria retome o papel de líder do processo econômico, já que tem maior potencial para sustentar a expansão e ampliar a produtividade da economia.
No primeiro semestre de 2007, o PIB da indústria de transformação situou-se ligeiramente acima (5,1%) da taxa de variação do PIB (4,9%). Para o Iedi, esse é um fato novo que, se for mantido, revelará uma nova dinâmica de crescimento sob a liderança da atividade industrial.
O trabalho do Iedi também procura avaliar em que medida o câmbio valorizado tem afetado a composição setorial da indústria brasileira. A partir da PIA do IBGE, o estudo do Iedi procura medir o quanto a indústria de transformação agrega valor na produção. Ou seja, quanto a indústria no país gera em salários, impostos ou lucro por unidade de produção.
Esse cálculo é feito a partir da relação valor da transformação industrial (VTI) sobre valor bruto da produção industrial (VBPI). Por essa conta, é possível calcular o impacto da importação sobre a indústria.
De 1996 até 2005, a relação (VTI/VBPI) caiu de 47,1% para 42,9%, o que significa que, no período, houve um processo de transferência de valor agregado da indústria (salários, impostos ou lucro) para o exterior.
Em 2005, ocorreu uma interrupção desse processo, mas o Iedi interpreta essa parada como uma exceção e não uma tendência.
O estudo mostra ainda que, no período de 1996 a 2005, dos 24 setores industriais, apenas sete aumentaram suas participações na economia: coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool, metalurgia básica, indústrias extrativas, outros equipamentos de transporte, produtos de madeira, reciclagem, e máquinas para escritório e equipamentos de informática.
Os ganhos significativos, no entanto, foram obtidos apenas nos três primeiros segmentos (petróleo, metalurgia e indústria extrativa), com destaque para refino de petróleo. "Está havendo uma "commoditização" do país", diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, um dos autores do estudo junto com Carmem Feijó, da UFF e Paulo Gonzaga, do IBGE.

Sundown muda conselho para abrigar sócio

A Brasil & Movimento, que produz as bicicletas e motocicletas Sundown, se reúne hoje para discutir mudanças em seu Conselho. O novo Conselho de Administração terá como membros Ozires Silva, Nelson Higino da Silva, José Octávio Vianello de Mello, José Martins Lecheta e Cláudio Rosa.
O novo grupo terá a tarefa de escolher o novo executivo da empresa. Há quatro anos na presidência da Sundown, Antônio Carlos Romanoski pediu para sair da empresa.
A mudança no conselho é o primeiro passo da empresa para a entrada de novos sócios. Circula no mercado que um dos interessados em entrar como sócio na empresa é a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga.
A Brasil & Movimento é controlada pelo avô dos empresários Rolando Rozemblum Elpern e Isidoro Rozemblum Trosman, que fugiram recentemente para o Uruguai depois de terem sido condenados por fraudar importações.

GELADO
A área de sorvetes da Nestlé preparou 23 lançamentos para o verão -a temporada mais importante para o setor e estratégica para a empresa, com cerca de 65% das vendas do ano. A meta é crescer 25% em volume sobre a temporada de verão anterior.

SABOR REGIONAL
A Tetra Pak lança "O Molho do Brasil Com o Seu Toque", campanha que destaca a culinária regional. Na compra de três embalagens da Tetra Pak de qualquer marca de molho ou polpa de tomate, o consumidor troca pelo livro com as receitas típicas brasileiras. A campanha é nacional e estará presente em cerca de 800 pontos de venda.

NOVA DIREÇÃO

Atual COO da HSM, Marcos Braga, será o novo presidente da empresa organizadora de eventos corporativos no Brasil. Ele ocupará o cargo em um momento em que a HSM amplia seus negócios no país, com a criação do canal ManagemenTV, e que realiza a sétima edição do ExpoManagement. O evento, que neste ano terá Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, por vídeo conferência, Michael Porter, autoridade mundial em estratégia, e Michael Eisner, CEO do The Walt Disney Company, recebeu R$ 12 milhões em investimentos. O ExpoManagement começa amanhã e vai até a próxima quarta.

GIRL POWER
As mulheres são, hoje, quase 47% do contingente de empregados da Caixa Econômica Federal. Nos cargos de gerência, a proporção é de 39,7%, enquanto no resto do Brasil a presença feminina em cargos de chefia não passa de 31%, segundo pesquisa da consultoria Great Place to Work. A instituição reconhece os companheiros de mesmo sexo para as políticas internas de benefícios trabalhistas. Assim, permite aos funcionários e funcionárias incluírem seus companheiros e os filhos dessa união no plano de saúde corporativo e plano de previdência privada. Hoje, são 160 os funcionários que se beneficiam da medida.

SOBE O PANO
O comércio atacadista de tecidos de SP aponta alta de 6% nas vendas de outubro, em relação a setembro, segundo o sindicato do setor.

ADEGA
Manoel Beato e Gianni Tartari, sommerliers da Enoteca Fasano; depois de ter aberto duas novas filiais, no Rio e em Ribeirão Preto, a empresa tem planos de inaugurar outras dez lojas até o final de 2008; a expansão é refletida nas importações -em 2007, o volume foi quatro vezes superior ao importado em 2006

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