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Receita encaminha estudo sobre mudança de prazo de tributos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu ontem o
estudo elaborado pela Receita
Federal sobre o aumento no
prazo de recolhimento dos tributos pagos pelas empresas.
De acordo com a assessoria
de comunicação do ministério,
o assunto ainda será analisado
internamente e não há data para ser submetido ao presidente
da República, Luiz Inácio Lula
da Silva.
O pedido para ampliar o prazo de recolhimento dos impostos federais foi feito por integrantes da CNI (Confederação
Nacional da Indústria) há cerca
de três semanas e reforçado na
semana passada. Mantega disse
que o governo "cogitava" a medida.
A proposta da Receita é alterar do dia 20 para o fim do mês
o recolhimento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), da Cofins, que financia
a seguridade social, e da parcela
da contribuição patronal ao
INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social).
O problema é que qualquer
mudança nas datas de recolhimento tem impacto no caixa do
governo.
O fluxo de recursos que entra
passa a ser menor e as despesas
precisam ser pagas nas datas já
estabelecidas.
O impacto fiscal é o principal
obstáculo à medida, ainda mais
acentuado porque o governo já
espera uma queda na arrecadação no ano que vem por causa
da crise internacional.
Para as empresas, o ganho é
imediato. Deixam no caixa um
dinheiro que pode ser usado
para honrar compromissos do
dia-a-dia, em vez de recolher
aos cofres do governo.
Alívio
Isso alivia a necessidade de as
companhias buscarem empréstimos nos bancos, o que reduz
seus custos.
A mudança no prazo de recolhimento já foi usada pelo governo para dar mais fôlego às
empresas em 2006.
As contribuições sobre a folha de pagamentos passaram
do dia 2 para o dia 10 de cada
mês e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), que era semanal, agora é recolhido mensalmente.
Entre as medidas de lançamento do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento), o
governo também permitiu que
as empresas abatessem num
prazo mais curto os créditos
que acumularam com o pagamento do PIS e da Cofins, por
exemplo.
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