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Bens de capital começa 2003 com queda de 3%
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro semestre de 2003 deve ser marcado pela queda da atividade do setor de máquinas e
equipamentos. A retração prevista, estimada em 3% em comparação com o mesmo período deste
ano, já reflete a desaceleração do
ritmo das encomendas do setor.
Segundo Luiz Carlos Delben
Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos),
isso é consequência da elevação
da taxa Selic para 22% no último
dia 20, que fez a carteira de pedidos cair de 22 semanas para 16.
Entretanto, apesar de um começo de ano difícil, o presidente da
instituição diz acreditar numa estabilização do cenário internacional e na recuperação gradual de linhas de crédito. Se tais previsões
otimistas se confirmarem, o setor,
que prevê fechar 2002 com crescimento de 7% nas vendas, pode
superar esse patamar em 2003.
Antes disso, porém, o segmento
de máquinas e equipamentos terá
de superar um dos seus problemas principais: o custo elevado
do capital, que inibe investimentos em inovação tecnológica.
As propostas para a resolução
desse e outros obstáculos estão no
estudo "Rumos da Competitividade", apresentado ontem durante seminário na Abimaq. As sugestões serão apresentadas até o
final desde ano à equipe de transição do presidente eleito.
Uma das reivindicações é a criação de uma política industrial dirigida pelo Estado. Um exemplo
da lista de atribuições que o setor
espera do governo federal é a ampliação das linhas de crédito para
as empresas, sobretudo as de médio e pequeno porte.
Programas semelhantes ao Moderfrota (financiamento do investimento com taxa de 8,75% ao
ano para máquinas e implementos agrícolas) são apontados como possível solução para diminuir o custo do crédito.
"Sem algum tipo de intervenção
estatal não é possível o desenvolvimento industrial nos países
emergentes", afirma Frederico
Rocha, professor do Instituto de
Economia da UFRJ.
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