São Paulo, quinta-feira, 05 de dezembro de 2002

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Bens de capital começa 2003 com queda de 3%

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro semestre de 2003 deve ser marcado pela queda da atividade do setor de máquinas e equipamentos. A retração prevista, estimada em 3% em comparação com o mesmo período deste ano, já reflete a desaceleração do ritmo das encomendas do setor.
Segundo Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), isso é consequência da elevação da taxa Selic para 22% no último dia 20, que fez a carteira de pedidos cair de 22 semanas para 16.
Entretanto, apesar de um começo de ano difícil, o presidente da instituição diz acreditar numa estabilização do cenário internacional e na recuperação gradual de linhas de crédito. Se tais previsões otimistas se confirmarem, o setor, que prevê fechar 2002 com crescimento de 7% nas vendas, pode superar esse patamar em 2003.
Antes disso, porém, o segmento de máquinas e equipamentos terá de superar um dos seus problemas principais: o custo elevado do capital, que inibe investimentos em inovação tecnológica.
As propostas para a resolução desse e outros obstáculos estão no estudo "Rumos da Competitividade", apresentado ontem durante seminário na Abimaq. As sugestões serão apresentadas até o final desde ano à equipe de transição do presidente eleito.
Uma das reivindicações é a criação de uma política industrial dirigida pelo Estado. Um exemplo da lista de atribuições que o setor espera do governo federal é a ampliação das linhas de crédito para as empresas, sobretudo as de médio e pequeno porte.
Programas semelhantes ao Moderfrota (financiamento do investimento com taxa de 8,75% ao ano para máquinas e implementos agrícolas) são apontados como possível solução para diminuir o custo do crédito.
"Sem algum tipo de intervenção estatal não é possível o desenvolvimento industrial nos países emergentes", afirma Frederico Rocha, professor do Instituto de Economia da UFRJ.


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