São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Bolsa sobe 0,45% na véspera do Copom

Ação da ArcelorMittal tem alta com possível recompra

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em dia pouco animado no mercado financeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo encontrou forças para encerrar o pregão em alta de 0,45%, após chegar a recuar 1,31% na primeira hora de negociação. O dólar encerrou a R$ 1,807, com apreciação de 0,72% diante do real, com os investidores atentos à cena externa.
Há muito tempo uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não se mostrava tão desinteressante para o mercado financeiro doméstico -a expectativa predominante é que os juros sejam mantidos em 11,25% anuais.
O Copom anuncia na noite de hoje como fica a taxa básica de juros da economia, a Selic.
A ratificação das expectativas do mercado, com os juros inalterados em 11,25%, fará com que o Brasil se mantenha como o país com uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo, atrás apenas da Turquia. Considerando a projeção para a inflação brasileira para os próximos 12 meses, a taxa real deve ficar em 7,04% anuais, contra cerca de 9% na Turquia.
Para Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica, o Copom "vai manter os juros inalterados". "O BC não deu nenhum sinal de que haveria chances de a taxa básica ser reduzida. Pelo menos até o primeiro trimestre de 2008 não deve haver mudanças na taxa", afirma o economista.
As operações no mercado internacional não foram muito agitadas. O próximo evento econômico que pode sacudir os mercados é a reunião do Fomc (o comitê do BC americano que define os juros no país), que ocorrerá no dia 11. A taxa de juros de referência dos EUA está em 4,5% anuais, e os profissionais do mercado contam que haverá uma redução de ao menos 0,25 ponto percentual.
Ontem, as principais Bolsas de Valores do mundo tiveram perdas, com as ações do setor bancário mais uma vez destacando-se na ponta de venda. Analistas voltaram a fazer previsões pessimistas para o setor, que já teve perdas estimadas em mais de US$ 50 bilhões devido à crise que abalou o setor de crédito imobiliário de alto risco dos EUA (chamado de "subprime").
Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 0,49%; a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,66%.
A Bolsa de Londres sofreu baixa de 1,12%, e a de Frankfurt recuou 1,46%.
Ontem, o mercado repercutiu a informação de que o Morgan Stanley avaliou que os resultados dos bancos na Inglaterra ainda podem ser afetados pela crise imobiliária. A recepção dos investidores à informação pode ser vista no resultado das ações dos maiores bancos: os papéis do Royal Scotland Bank tiveram perdas de 5,28%, os do Barclays recuaram 4,01% e as ações do Lloyds TSB encerraram em queda de 3,36%.

ArcelorMittal
No pregão morno de ontem, ao menos as ações da ArcelorMittal Inox Brasil chamaram a atenção. O papel preferencial da companhia se valorizou em 9,36% e encerrou o dia negociado a R$ 97,49, ficando no topo das valorizações do pregão. Sua ação ON subiu 6,66%, vendida a R$ 95.
As altas foram puxadas pela informação de que a controladora da empresa, a ArcelorMittal, pretende fazer uma oferta pública de aquisição das ações visando seu fechamento de capital. A intenção da controladora é pagar R$ 100 por ação. A oferta ainda depende de aprovação do Conselho de Administração da ArcelorMittal e posterior registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).


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