|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa sobe 0,45% na véspera do Copom
Ação da ArcelorMittal tem alta com possível recompra
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em dia pouco animado no
mercado financeiro, a Bolsa de
Valores de São Paulo encontrou forças para encerrar o pregão em alta de 0,45%, após chegar a recuar 1,31% na primeira
hora de negociação. O dólar encerrou a R$ 1,807, com apreciação de 0,72% diante do real,
com os investidores atentos à
cena externa.
Há muito tempo uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) não se mostrava tão desinteressante para
o mercado financeiro doméstico -a expectativa predominante é que os juros sejam mantidos em 11,25% anuais.
O Copom anuncia na noite de
hoje como fica a taxa básica de
juros da economia, a Selic.
A ratificação das expectativas do mercado, com os juros
inalterados em 11,25%, fará
com que o Brasil se mantenha
como o país com uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo, atrás apenas
da Turquia. Considerando a
projeção para a inflação brasileira para os próximos 12 meses, a taxa real deve ficar em
7,04% anuais, contra cerca de
9% na Turquia.
Para Jason Freitas Vieira,
economista-chefe da UpTrend
Consultoria Econômica, o Copom "vai manter os juros inalterados". "O BC não deu nenhum sinal de que haveria
chances de a taxa básica ser reduzida. Pelo menos até o primeiro trimestre de 2008 não
deve haver mudanças na taxa",
afirma o economista.
As operações no mercado internacional não foram muito
agitadas. O próximo evento
econômico que pode sacudir os
mercados é a reunião do Fomc
(o comitê do BC americano que
define os juros no país), que
ocorrerá no dia 11. A taxa de juros de referência dos EUA está
em 4,5% anuais, e os profissionais do mercado contam que
haverá uma redução de ao menos 0,25 ponto percentual.
Ontem, as principais Bolsas
de Valores do mundo tiveram
perdas, com as ações do setor
bancário mais uma vez destacando-se na ponta de venda.
Analistas voltaram a fazer previsões pessimistas para o setor,
que já teve perdas estimadas
em mais de US$ 50 bilhões devido à crise que abalou o setor
de crédito imobiliário de alto
risco dos EUA (chamado de
"subprime").
Em Wall Street, o índice Dow
Jones recuou 0,49%; a Bolsa
eletrônica Nasdaq caiu 0,66%.
A Bolsa de Londres sofreu
baixa de 1,12%, e a de Frankfurt
recuou 1,46%.
Ontem, o mercado repercutiu a informação de que o Morgan Stanley avaliou que os resultados dos bancos na Inglaterra ainda podem ser afetados
pela crise imobiliária. A recepção dos investidores à informação pode ser vista no resultado
das ações dos maiores bancos:
os papéis do Royal Scotland
Bank tiveram perdas de 5,28%,
os do Barclays recuaram 4,01%
e as ações do Lloyds TSB encerraram em queda de 3,36%.
ArcelorMittal
No pregão morno de ontem,
ao menos as ações da ArcelorMittal Inox Brasil chamaram a
atenção. O papel preferencial
da companhia se valorizou em
9,36% e encerrou o dia negociado a R$ 97,49, ficando no topo
das valorizações do pregão. Sua
ação ON subiu 6,66%, vendida
a R$ 95.
As altas foram puxadas pela
informação de que a controladora da empresa, a ArcelorMittal, pretende fazer uma oferta
pública de aquisição das ações
visando seu fechamento de capital. A intenção da controladora é pagar R$ 100 por ação. A
oferta ainda depende de aprovação do Conselho de Administração da ArcelorMittal e posterior registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Texto Anterior: Outro lado: Empresas dizem investir em atendimento Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|