São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Lula quer ação maior em petroquímica

Presidente afirma que Petrobras não terá papel minoritário em companhias do setor por ser "estratégica" para o Brasil

Em reunião no Planalto, presidente da Braskem, da qual a Petrobras é sócia, anunciou futuro acordo para atuar na Venezuela

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras não terá papel de minoritária nas petroquímicas Braskem e Unipar. "Ela [Petrobras] é tão importante que nunca será minoritária em nada de que participe neste país, porque ela é a empresa estratégica mais importante do nosso país", afirmou, em reunião com representantes das três empresas.
Lula afirmou que o governo trabalhou para ajudar o acordo entre as companhias e elogiou o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, por não ter atrapalhado. "Quero agradecer ao ministro pela desenvoltura com que permitiu que esse processo fluísse. Porque vocês sabem que o governo às vezes pode não ajudar, mas que, se quiser atrapalhar, atrapalha muito. E, neste momento, nós trabalhamos com o objetivo de ajudar."
Ele fez as afirmações em reunião com José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, Roberto Garcia, presidente da Unipar, e com os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Nelson Hubner. A íntegra da conversa foi divulgada pela assessoria da Presidência.
Na sexta-feira passada, a Braskem, maior petroquímica da América Latina, ganhou a Petrobras como sócia minoritária relevante (com 25% do capital total). Além disso, os ativos petroquímicos da região Sudeste, capitaneados pela Unipar, foram reunidos em uma empresa ainda sem nome da qual a Petrobras terá 40%.
Lula classificou a ação da Petrobras no setor petroquímico como um momento histórico. "A gente poderia colocar no nosso calendário que o setor pode ser contado antes desta data e depois desta data. Porque, se o Geisel [Ernesto Geisel, presidente entre 1974 e 1979], tinha dado o pontapé inicial, eu acho que, neste momento, nós estamos marcando o gol."
Na reunião, o presidente da Braskem anunciou que a empresa deverá fechar um acordo para atuar na Venezuela. "Nós já estamos muito próximos de assinar um acordo com a Tecven para iniciar os nossos programas também na Venezuela", disse Grubisich ao presidente Lula. Ele também informou a Lula que a empresa pretende fabricar 200 mil toneladas de "plástico verde" (feito a partir de matéria-prima renovável) a partir do ano que vem.
Após a reunião, Gabrielli deu entrevista e afirmou que, apesar da participação cruzada da estatal nos dois grupos, haverá competição. "As duas empresas vão competir entre si." Segundo ele, apesar de minoritária, a Petrobras terá direitos especiais em assuntos estratégicos como planos de expansão e gestão financeira das empresas.


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