São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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BC usa US$ 18 bi das reservas para segurar o dólar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até a semana passada, o Banco Central já havia gasto US$ 18,4 bilhões das reservas internacionais do país para tentar conter a alta do dólar. Desse total, R$ 11,7 bilhões foram destinados para linhas de crédito para exportadores.
Em setembro, quando a crise ainda não havia atingido de forma tão intensa o mercado de câmbio e o dólar era negociado abaixo de R$ 2, as reservas do país estavam em US$ 207 bilhões. Com a atuação do BC ao longo das últimas semanas, esse valor havia se reduzido para US$ 195 bilhões na sexta-feira passada, uma queda de quase 6% em dois meses.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, ressaltou ontem, durante palestra, que os dólares destinados às linhas de crédito para exportação foram injetados no mercado por meio de empréstimos concedidos aos bancos. Isso significa que, quando esses empréstimos forem quitados, em 2009, os dólares serão devolvidos ao BC e depositados novamente nas reservas, que podem voltar a superar a casa dos US$ 200 bilhões.
Além da injeção de dólares, o BC também tenta conter a desvalorização do real por meio das operações de "swap cambial", contratos negociados com bancos que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro. Desde o final de setembro, segundo Meirelles, o BC já colocou US$ 31,1 bilhões desse papel no mercado.
Durante a palestra, o presidente do BC também afirmou que a economia deve crescer menos no ano que vem, mas evitou falar em números. "De fato, a crise não é uma coisa agradável, haverá uma desaceleração da economia brasileira em 2009. O FMI fala em 3% [de crescimento do Brasil]. Ainda não fechamos o nosso número, mas achamos isso um pouco conservador", disse.


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