Entidade revisa perspectiva de queda de 5% na fabricação de automóveis e já vislumbra o melhor resultado da história

Com impulso do IPI reduzido, vendas já são recorde até novembro, com 2,85 milhões de unidades; para 2010, previsão é de novo aumento

TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

A recuperação da economia e o desempenho do mercado automotivo até novembro levaram a Anfavea (associação das montadoras) a rever a projeção de queda na produção de 5,2% neste ano ante 2008 para estabilidade, repetindo as 3,216 milhões de unidades fabricadas.
Para o presidente da entidade, Jackson Schneider, a marca de 2008 pode até ser superada, levando o setor a novo recorde. "Temos boa chance de fazer mais que isso. Este pode se tornar o melhor ano de produção da história também", disse, lembrando que os licenciamentos já superaram a marca anterior com o fechamento até novembro (2,848 milhões), com condições de crédito favoráveis e recuperação do emprego.
A estimativa de queda das exportações passou de 40% para 36%, e o aumento nas vendas internas, estimado em 6,4% anteriormente, subiu para 10,3% (3,11 milhões).
Para 2010, a previsão é de novos recordes, chegando a 3,39 milhões de veículos produzidos. Se o número se concretizar, vai representar um acréscimo de 5,4% sobre a quantidade fabricada neste ano. Já as vendas internas devem chegar a 3,40 milhões de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões -alta de 9,3%.
O desempenho do setor será influenciado, ao menos até março, pela redução da alíquota de IPI para carros flex. Para os demais, o tributo reduzido em dezembro do ano passado para estimular o setor em meio à crise internacional volta ao patamar original em janeiro.
Em novembro, a produção teve queda de 8% ante o mês anterior. Já na comparação com igual intervalo de 2008, houve acréscimo de 48% devido aos efeitos da crise naquele momento. No acumulado do ano, a retração é de 6%.
Já as exportações cresceram 3,5% ante outubro, mas ainda apresentam retração ante o mesmo mês de 2008 (-0,6%) e no acumulado do ano (-38,8%).
O emprego mantém a trajetória de recuperação. O número de funcionários nas montadoras somou em novembro 123.913 trabalhadores, 2.093 a mais do que no mês anterior, mas ainda abaixo do contabilizado em outubro de 2008 (131.717), quando houve o agravamento da crise internacional. "Vamos avançar com novos empregos em dezembro e nos primeiros meses de 2010", prevê Schneider.


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