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Poupança terá 2ª maior captação em 15 anos
Segundo o BC, até novembro os depósitos superavam os saques em R$ 21,2 bi, valor inferior apenas aos R$ 33 bi de 2007
Com captação positiva no ano, cadernetas alcançam saldo recorde de R$ 300 bi;
valor equivale à média de
R$ 1.575 para cada brasileiro
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As cadernetas de poupança
vão fechar 2009 com a segunda
maior captação em 15 anos. Segundo dados do Banco Central,
até novembro os depósitos superavam os saques em R$ 21,2
bilhões, valor inferior apenas
ao recorde de R$ 33 bilhões registrado em 2007. Esse avanço
se deu em um momento de
queda na rentabilidade das
principais aplicações financeiras e da polêmica tentativa do
governo de cobrar Imposto de
Renda sobre o investimento
mais popular do país.
A queda na taxa básica de juros no início do ano afetou o
rendimento da poupança, que
deve fechar o ano com uma
rentabilidade de 6,9%, abaixo
dos 7,9% registrados no ano
passado. Apesar de menor, a
correção ficará acima da inflação, que está em de 4,2% em 12
meses. Também deve ultrapassar os fundos de investimento
que cobram taxas de administração acima de 3% ao ano.
Essa desvantagem em relação aos fundos, que têm os seus
rendimentos taxados com IR,
levou o governo a apresentar
neste ano dois projetos para
tributar as cadernetas, que hoje
estão isentas de imposto. O argumento era que os fundos são
grandes compradores de títulos públicos, o que garante a rolagem da dívida federal.
Além disso, o Banco Central
avalia que o rendimento da
poupança, tabelado em TR
mais 6% ao ano, funciona hoje
como um piso para a taxa básica de juros. Um título público
remunerado pela taxa Selic e
que seja tributado com IR de
22,5%, por exemplo, vai render
neste ano pouco mais de 7%,
quase o mesmo percentual da
poupança.
Como os juros pararam de
cair no segundo semestre e a
ideia da tributação foi mal recebida pelo Congresso, já que entraria em vigor no ano eleitoral
de 2010, o Ministério da Fazenda engavetou as propostas e
deixou o problema para o próximo presidente.
Média de R$ 1.575
Apesar do bom resultado na
captação de recursos, os números ainda não apontam para
uma migração em massa de recursos dos fundos para a poupança. Fundos DI e de renda fixa registram captação de R$ 5,2
bilhões neste ano. Se forem somados os recursos para os fundos de curto prazo e multimercados, o resultado fica positivo
em R$ 44 bilhões.
Neste ano, a captação da poupança acompanhou o comportamento da economia brasileira. Nos quatro primeiros meses
de 2009, a poupança registrou
a saída de recursos de R$ 1,5 bilhão. Nos meses seguintes, com
o arrefecimento da crise financeira e a recuperação na renda e
no emprego, o resultado voltou
a ficar positivo.
Em novembro, os depósitos
superaram os saques pelo sétimo mês consecutivo, o que gerou captação positiva de R$ 4,4
bilhões. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo pagamento da primeira parcela
do 13º salário. Além de ser o segundo melhor resultado de
2009, esse é também o maior
valor para o penúltimo mês do
ano da série histórica do Banco
Central, iniciada em 1995.
A captação positiva registrada neste ano, somada aos rendimentos não sacados, levou a
poupança a alcançar o patamar
recorde de R$ 300 bilhões. Isso
equivale à média de R$ 1.575
para cada brasileiro.
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