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Mantega pede que Krugman mantenha recursos no Brasil e diz que impedirá bolhas
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A HAMBURGO
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, convidou ontem o economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, a continuar investindo no Brasil.
"Fique tranquilo que não
permitiremos que se crie uma
bolha na economia brasileira,
e ele continuará lucrando
com suas aplicações nela",
disse Mantega a empresários
brasileiros e alemães, reunidos em Hamburgo, no norte
da Alemanha, para o seminário "Brasil-Alemanha - Tempo para uma Nova Parceria
Econômica".
Mantega estava se referindo à entrevista de Krugman
publicada anteontem pela
Folha, na qual o Nobel disse
temer que o excesso de entusiasmo pela economia brasileira acabe levando à formação de uma bolha, pelo preço
exagerado de ativos.
O ministro quer mais é que
o entusiasmo aumente, o que
foi, de resto, o eixo de seu discurso, basicamente o mesmo
que fizera em outro seminário, há um mês em Londres.
Mas Mantega não esconde
que o preocupa a supervalorização de um ativo, o real. Tanto que lembrou aos empresários alemães que a introdução
da taxa de 2% sobre investimentos estrangeiros no Brasil, exceto os investimentos
diretos, tinha a função de
"moderador de apetite".
O ministro acha que está
funcionando, tanto que "o dólar se mantém nas imediações de R$ 1,70 há um mês".
Mas, "se não for suficiente,
tomaremos mais medidas".
Para adoçar a boca dos
eventuais investidores, Mantega afirmou que "há, no
mundo, poucas oportunidades de alto retorno como a
que o Brasil oferece".
Voltou a criticar delicadamente China e Índia, outros
portentosos ímãs para investidores estrangeiros, ao lembrar que o Brasil adota "regras mais claras".
Para seduzir ainda mais o
público, Mantega antecipou o
número de crescimento do
país no terceiro trimestre, a
ser divulgado na próxima semana: "Será de 8% anualizado". O mesmo patamar é previsto para o quarto trimestre.
O presidente Lula encerrou
o seminário em fala de 50 minutos no seu inconfundível
estilo popular ou populista e
foi o único a arrancar aplausos da sóbria plateia, pelas
frases de efeito e lições de
economia doméstica.
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