São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Sem licença, governo já prevê atraso de Belo Monte em 1 ano

Empreendimento só começará a gerar energia em 2015, e não mais em 2014

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O governo já prevê atraso de um ano na entrada em operação da usina de Belo Monte por causa na demora na concessão da licença ambiental por parte do Ibama, afirmou ontem o presidente da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.
Maior hidrelétrica a ser licitada no país desde Itaipu, nos anos 70, Belo Monte iria a leilão originalmente em outubro deste ano. Sem o licenciamento ambiental prévio -condição básica para licitar a usina-, o leilão foi adiado, primeiro, para dezembro. O governo já trabalha agora com a possibilidade de realizar a oferta só em janeiro de 2010 ou até mais adiante.
Para Tolmasquim, o cronograma da usina sofreu atraso por causa das exigências do Ibama e dificilmente a obra será concluída no prazo previsto.
"Com esse atraso [na concessão da licença], realmente agora o cronograma está muito apertado e a usina pode atrasar em um ano", disse o executivo.
A previsão era que a usina de Belo Monte entrasse em operação em duas fases: a primeira em 2014, com a geração de energia da casa de força complementar; a segunda, em 2015, com a principal, quando a hidrelétrica estaria operando a plena carga (11.000 MW).
Agora, com o atraso na licença, o governo terá de alterar seus planos e o empreendimento só começará a gerar energia em 2015.
"Essa usina é muito importante para o setor energético, pois evita a entrada das térmicas [a gás e a óleo diesel]. Não há problema de falta de energia. Não vai faltar", disse.
A ideia do governo era licitar a concessão da hidrelétrica em outubro deste ano. Nos três meses seguintes, seria feito o projeto básico do empreendimento. A EPE estimava mais seis meses para a obtenção da licença de instalação da usina.
A expectativa era começar as obras em meados de 2010. Desse modo, diz Tolmasquim, os vencedores do leilão conseguiriam aproveitar a "janela hidrológica" e trabalhar durante o período seco na Amazônia.
Na região, a estação de fortes chuvas começa em outubro, o que inviabiliza a primeira fase das obras -escavação e remoção de terra, possível de se realizar apenas com o terreno seco. "Com a demora na licença, as perspectivas de isso ocorrer são cada vez menores."


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