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Sem licença, governo já prevê atraso de Belo Monte em 1 ano
Empreendimento só começará a gerar energia em 2015, e não mais em 2014
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O governo já prevê atraso de
um ano na entrada em operação da usina de Belo Monte por
causa na demora na concessão
da licença ambiental por parte
do Ibama, afirmou ontem o
presidente da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética),
Maurício Tolmasquim.
Maior hidrelétrica a ser licitada no país desde Itaipu, nos
anos 70, Belo Monte iria a leilão
originalmente em outubro deste ano. Sem o licenciamento
ambiental prévio -condição
básica para licitar a usina-, o
leilão foi adiado, primeiro, para
dezembro. O governo já trabalha agora com a possibilidade
de realizar a oferta só em janeiro de 2010 ou até mais adiante.
Para Tolmasquim, o cronograma da usina sofreu atraso
por causa das exigências do
Ibama e dificilmente a obra será concluída no prazo previsto.
"Com esse atraso [na concessão da licença], realmente agora o cronograma está muito
apertado e a usina pode atrasar
em um ano", disse o executivo.
A previsão era que a usina de
Belo Monte entrasse em operação em duas fases: a primeira
em 2014, com a geração de
energia da casa de força complementar; a segunda, em 2015,
com a principal, quando a hidrelétrica estaria operando a
plena carga (11.000 MW).
Agora, com o atraso na licença, o governo terá de alterar
seus planos e o empreendimento só começará a gerar
energia em 2015.
"Essa usina é muito importante para o setor energético,
pois evita a entrada das térmicas [a gás e a óleo diesel]. Não
há problema de falta de energia. Não vai faltar", disse.
A ideia do governo era licitar
a concessão da hidrelétrica em
outubro deste ano. Nos três
meses seguintes, seria feito o
projeto básico do empreendimento. A EPE estimava mais
seis meses para a obtenção da
licença de instalação da usina.
A expectativa era começar as
obras em meados de 2010. Desse modo, diz Tolmasquim, os
vencedores do leilão conseguiriam aproveitar a "janela hidrológica" e trabalhar durante o
período seco na Amazônia.
Na região, a estação de fortes
chuvas começa em outubro, o
que inviabiliza a primeira fase
das obras -escavação e remoção de terra, possível de se realizar apenas com o terreno seco. "Com a demora na licença,
as perspectivas de isso ocorrer
são cada vez menores."
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