São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001

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AVIAÇÃO

Prazo é julho; preço vai variar com mercado internacional; companhias pretendem aumentar tarifas aéreas

Querosene de avião não terá mais subsídio

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu acabar com o subsídio ao querosene de aviação (combustível dos aviões) para vôos domésticos.
O subsídio será retirado em três etapas -uma em fevereiro, outra em abril e a final em junho. A partir de 1º de julho, o subsídio deixa de existir, e o preço do combustível usado nos vôos domésticos seguirá os preços do mercado internacional.
Segundo a Folha apurou, as empresas tentarão repassar o aumento de custo representado pelo fim do subsídio para o consumidor, via elevação no preço das passagens aéreas.
O querosene de aviação representa de 12% a 17% do preço das passagens. O reajuste das passagens aéreas poderá ser de aproximadamente 3,6% em julho.
O governo começou a subsidiar o querosene de aviação em fevereiro de 1999, por causa da desvalorização do real, ocorrida em janeiro. Com o aumento do dólar, as passagens aéreas subiriam muito, pressionando a inflação.
O subsídio diminuiu o efeito do aumento do dólar nas passagens, mas custa hoje ao Tesouro aproximadamente R$ 30 milhões por mês. O subsídio para o querosene de aviação usado em vôos domésticos é de cerca de 24% do preço.
O fim do subsídio coincide com a data do reajuste anual das tarifas das companhias aéreas -em junho- e com um aumento no movimento dos vôos, por causa das férias escolares, em julho. Ano passado as passagens foram reajustadas em 19,3% em julho.
Apesar de não poderem repassar o fim do subsídio para as passagens antes de julho, as empresas do setor poderão modificar sua política de descontos em fevereiro e abril, datas em que haverá diminuição parcial do subsídio. Descontos de até 40%, que são oferecidos hoje, poderão ser retirados sem que haja necessidade de autorização do governo.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) informou que o assunto é "muito complexo" e que será debatido neste fim de semana. O sindicato deve divulgar nota oficial na segunda-feira. Até julho, o governo espera que o preço do barril de petróleo no mercado internacional tenha caído.
Dessa forma, o preço do querosene de aviação diminuirá, e as empresas poderão fazer reajustes menores nas passagens.


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