São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001

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Exportação salva indústria da Argentina

DE BUENOS AIRES

As exportações para o Brasil salvaram a indústria automobilística da Argentina ano passado. Pelos números divulgados pela Adefa (a associação das montadoras locais), a produção de automóveis subiu 11,4% em 2000 (no total, 339.632 unidades), em relação ao ano anterior.
Mas as vendas no mercado interno despencaram. Em 1999, foram comercializados na Argentina 380 mil veículos. Ano passado, as vendas ficaram em 306.946, o que representa uma queda de 19,2%.
O aumento da produção somente foi possível por conta do mercado externo (leia-se Brasil, seu maior parceiro no Mercosul). Com a economia brasileira reativada após a desvalorização do real, os argentinos conseguiram exportar 38% a mais de automóveis que em 1999. No ano passado, o Brasil absorveu a maior parte das 135 mil unidades exportadas pelas montadoras vizinhas.
""Dependemos do Brasil", afirmou Cristiano Ratazzi, presidente da Fiat argentina. ""Esperávamos que 2000 fosse melhor, mas foi um ano horrível. Terminamos cheios de bônus do plano Caje sem utilizar."
O empresário se referia ao plano em que o governo argentino subsidiava em US$ 4 mil o consumidor que trocasse seu veículo por um novo.
Encerrado o plano, em outubro, mais de 300 mil eventuais compradores não haviam utilizado seus bônus.
Em dezembro, por exemplo, a produção argentina foi de 25.403 veículos. Destes, mais da metade (13.988) eram destinados à exportação. ""As exportações continuarão aumentando. As vendas no mercado interno só devem melhorar no segundo trimestre", disse Rodolfo Ceretti, diretor da Ford.
Para outras montadoras, a crise no mercado local teve sequelas maiores. A Renault acertou com o sindicato de trabalhadores a suspensão por quase dois meses das atividades em sua subsidiária em Córdoba. Alegou que estava trabalhando com um excedente de 400 empregados e que não havia demanda suficiente para seus produtos. (JAD)


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