São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001 |
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EXPORTAÇÕES Empresa recebeu US$ 245 mi dos US$ 818 mi do programa em 2000 Embraer ficou com 30% do Proex
VÂNIA CARVALHO DA FOLHA VALE A Embraer recebeu, no ano passado, 30% de todos os recursos concedidos pelo Proex (programa de incentivo às exportações) a empresas brasileiras, que somaram US$ 818 milhões. Os benefícios às vendas externas da Embraer no ano passado repetiram os níveis de 1999 -cerca de US$ 245 milhões-, apesar da condenação da OMC (Organização Mundial do Comércio). A polêmica resultou na retaliação comercial de US$ 1,4 bilhão contra o Brasil em razão dos incentivos para a venda de aviões. Em 2000, a empresa respondeu por 2,38% das exportações brasileiras, com vendas externas de US$ 1,06 bilhão. O incentivo do Proex, que injetou recursos de US$ 818 milhões no ano passado, é o principal motivo da disputa entre o Canadá e o Brasil. Os recursos foram desembolsados da modalidade do Proex que realiza equalização de juros. Nesses casos, os recursos do Tesouro Nacional arcam com a diferença entre os juros praticados no Brasil e as taxas internacionais. A OMC aceitou a acusação feita pela canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer no mercado mundial de aeronaves regionais, de que o Proex está em desacordo com as normas internacionais de comércio. Para este ano, os recursos destinados à Embraer vão depender do número de contratos fechados pela empresa. Além da modalidade da equalização, a Embraer também utilizou recursos da modalidade financiamento. A participação da empresa nesse tipo de empréstimo ficou em 1%. O orçamento para financiamento em 2000 foi de US$ 748 milhões e, pela primeira vez desde a criação do Proex em 91, foi usado integralmente. No ano anterior, haviam sido desembolsados US$ 319 milhões na modalidade de financiamento. A equalização já registrou 100% de liberações em 1999. O Banco do Brasil, que administra os recursos do Proex, vai divulgar o balanço de 2000 na quarta-feira. O gerente-executivo de negócios com o governo do Banco do Brasil, Rogério Lot, disse que é natural que a Embraer seja a empresa que tenha a maior participação no Proex. "A Embraer vende um produto caro", disse. Segundo ele, os recursos empregados pelo Tesouro Nacional representam produtos com alto valor agregado, que geram empregos e pesquisa tecnológica. Texto Anterior: Exportação salva indústria da Argentina Próximo Texto: Aviação: Empresa anuncia ponte aérea a partir de R$ 79 Índice |
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