São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001

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AVIAÇÃO


Vôos da Gol começam na 2ª

Empresa anuncia ponte aérea a partir de R$ 79



ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem vinho ou cerveja para servir -e abrindo mão do sanduíche quente e do franguinho grelhado- a companhia aérea Gol, uma das 40 empresas da família Constantino, quer desbancar TAM, Vasp, Varig e Transbrasil. A empresa anunciou ontem sua estratégia para entrar no mercado nacional de vôos regulares e a receita será o corte de custos.
Com essa tática, a companhia irá vender passagens para sete capitais do país com preços até 50% menores do que os praticados pelas concorrentes. O primeiro vôo decola na segunda-feira com sensível diferença nas tarifas.
Pela ponte aérea Rio-São Paulo, a Gol irá cobrar de R$ 79 a R$ 99 (ida ou volta), dependendo do horário. A tarifa da TAM e Varig, por exemplo, é de R$ 208.
Para chegar nesse preço, nada de primeira classe e serviço de bordo. Só existirá a classe econômica. A relação funcionário por avião será de 100 para 1, sendo que nas líderes do setor está em 170 empregados por aeronave.
A empresa trabalhará com um tipo de avião (Boeing 737-700) para evitar a necessidade de carregar diferentes estoques de diferentes modelos e ter que trabalhar com diferentes equipes de manutenção. Dentro da aeronave, o cliente vai sentir mais diferenças.
A princípio, serão quatro aeromoças por vôo, mas a empresa tentará provar ao DAC (Departamento de Aviação Civil) que pode operar com menos pessoal. Também quem for comprar a passagem sentirá outra diferença. A empresa fará reservas virtuais.
Ou seja, não dará ao passageiro um único comprovante -só se ele exigir. "Cortamos tudo", diz David Barione, vice-presidente técnico.
Sem isso, diz, seria impossível reduzir as taxas. No maior trecho oferecido pela companhia, de Salvador para Porto Alegre, a empresa cobrará de R$ 354 a R$ 374 (ida ou volta). A Transbrasil, por exemplo, cobra em torno de R$ 580. A promoção da Gol vale só de 15 deste mês -data do primeiro vôo nacional- até 15 de fevereiro. Depois deve elevar o valor.
A Gol sabe que, para se expandir, terá que enfrentar a desconfiança do cliente em relação à marca, desconhecida. Comandada pela família mineira Constantino (faturamento de R$ 1 bilhão), o grupo fará campanhas de marketing a partir da próxima semana.
"Sinto se Rolim Amaro, dono da TAM, disse que não daria certo. Vai dar", diz Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol.


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