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MERCADO FINANCEIRO
Possibilidade de ataque norte-americano ao Iraque concentra as atenções na primeira semana do ano
Investidor fica de olho na ameaça de guerra
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados aguardam definições de cenários e oscilam entre
um certo otimismo e cautela.
A possibilidade de os Estados
Unidos atacarem o Iraque e, no
plano interno, as nomeações para
o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, os índices de inflação, além de eventuais sinalizações da condução da política econômica e de negociações do governo com partidos de oposição
concentram as atenções.
Para a maioria dos analistas, devido ao baixo volume financeiro
negociado na Bovespa (média de
R$ 300 milhões) ainda não há tendência positiva consistente, apesar da melhora dos ativos neste
início de ano.
"Com volume fraco, fica mais
fácil provocar movimento em
uma direção que interesse, sem
ser, necessariamente, uma tendência de alta", diz Ricardo
Schneider, da ABN Asset Management.
O dólar caiu 2,26% na sexta-feira e fechou a R$ 3,455, a menor
cotação em mais de cem dias. O
C-Bond subiu 1,49% (para 0,6825
do valor de face) e, nos últimos
dois dias úteis, o risco-país recuou
8%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) teve quase 3% de valorização no primeiro pregão do
ano e, no segundo, bateu em
1,67%, mas acabou fechando com
queda de 0,02%.
Câmbio
Segundo analistas, consolidando-se um cenário mais otimista,
de fluxo favorável a captações e a
linhas de crédito, o dólar poderia
romper -para baixo- a barreira de R$ 3,40 nos próximos dias.
"Isso pode ocorrer se houver
um fluxo mais forte nas captações
feitas no exterior por empresas
privadas. Mas também não deve
passar [para menos] de R$ 3,30",
diz Jorge Simino, diretor-executivo da Unibanco Asset Management.
Num cenário menos otimista,
considerado um pouco menos
provável, o câmbio oscilaria de R$
3,30 a R$ 3,70, pressionado pela
eclosão da guerra e por saídas, seja por vencimentos de empresas,
seja de títulos cambiais.
O próximo vencimento de dívida pública atrelada ao câmbio será no dia 16. "A partir de quinta-feira o Banco Central deverá dar
sinais de como será o vencimento,
quando poderá crescer a pressão
sobre o câmbio", diz Simino.
No caso de guerra no Oriente
Médio, segundo analistas, o câmbio tende a subir, na medida em
que aumentem o preço do petróleo e a aversão ao risco. Apesar de
cada vez mais provável, especialistas não esperam um ataque à
região antes de 15 dias.
Amanhã deverá ser detalhado
um programa de estímulo para a
economia norte-americana que,
por enquanto, rivalizando com o
temor da guerra, foi incapaz de
firmar a valorização das Bolsas no
primeiro pregão do ano, impulsionada pela recuperação da atividade industrial de dezembro.
Inflação
O destaque da agenda é o IPCA
de dezembro. Sai na sexta-feira, e
deve apontar para uma queda da
inflação, apesar do repasse da alta
de custos, facilitado pelo aquecimento da demanda ocorrida em
dezembro.
Embraer
O adiamento para 2004 da licitação para a compra de jatos pelo
governo federal provocou queda
de 3,2% nas ações preferenciais da
Embraer e de 2,76% nas ordinárias. O mercado esperava que o
governo petista beneficiasse a empresa na licitação.
Analistas afirmam que os papéis da companhia foram punidos excessivamente devido ao
anúncio, mas que a empresa tem
boas perspectivas para 2003.
"O adiamento não é tão danoso
para a Embraer. A venda de jatos
seria em parceria com outra companhia. Além disso, o mercado de
defesa não é o mais importante
para a Embraer, mas sim o de
aviação corporativa, em que ela
tem bons projetos", diz Oswaldo
Telles Filho, da BBV corretora.
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