São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Bolsa de SP sofre queda de 4%

Mercados reagem mal a dados de emprego nos EUA, e Bolsas pelo mundo fecham o dia em baixa

Bovespa tem o pior pregão desde junho, mas analistas mantêm cenário otimista para o ano; ação da Petrobras cai 3% e da Vale, 4%


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A sexta-feira foi ruim para o mercado financeiro mundial. Com a Bovespa não foi diferente: teve seu pior pregão desde junho passado, ao sofrer queda de 4,03%.
Dados que mostraram um mercado de trabalho mais aquecido que o esperado nos EUA desagradaram aos investidores. Isso porque foram interpretados como sinalizadores de que há menor probabilidade de corte nos juros americanos nos próximos meses.
Nas principais praças financeiras, as Bolsas fecharam em baixa. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,66%. A Nasdaq perdeu 0,78%.
Quedas mais fortes na Europa foram sentidas nas Bolsas de Amsterdã (-1,26%), Frankfurt (-1,22%) e Paris (-1,03%).
Dentre os latino-americanos, o mercado acionário do México viu seu principal índice cair 1,37%. No Chile, a Bolsa perdeu 0,93%, e o índice Merval, de Buenos Aires, recuou 0,44%.
Com a baixa de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou a primeira semana de 2007 com desvalorização acumulada de 5,01%.
Mas, apesar do dia negativo, analistas entendem que esse não é o início de um período de perdas para o mercado.
"Em um dia como hoje [ontem], os investidores correm e vendem ações. Mas nada de concreto mudou. As perspectivas para as Bolsas e a economia mundial seguem positivas", disse Pedro Paulo Silveira, economista da Grau Gestão de Ativos.
O recuo nos preços de commodities foi outro ponto negativo que afetou o mercado.
Tanto que um dos destaques de queda da Bovespa foram as ações da Vale do Rio Doce, que perderam 4,24% (ON) e 3,94% (PNA) e estiveram entre as mais negociadas do dia.
A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada do pregão, caiu 3,06%.
A queda na Bovespa ontem foi generalizada e afetou os 58 papéis que formam o índice Ibovespa. Segundo operadores, investidores estrangeiros se destacaram na ponta de venda, o que pesou bastante no resultado final do pregão.
Em 2006, o percentual de estrangeiros nas operações totais da Bolsa atingiu um de seus mais elevados patamares históricos -35,5%. Assim, quando esse grupo decide vender ações de forma mais expressiva, a Bovespa sofre.
O resultado de ontem mostrou o quanto a Bolsa brasileira é volátil. Sendo uma das que mais subiram em 2006, com ganho acumulado de quase 33%, a Bovespa esteve ontem entre as que mais perderam.
O mercado de câmbio também teve um dia negativo. O dólar comercial terminou as operações a R$ 2,153, após registrar alta de 0,37%.

Juros
O resultado da produção industrial brasileira de novembro, divulgado ontem, que superou as projeções dos analistas, elevou o percentual dos investidores que esperam que a taxa básica (a Selic, que está em 13,25%) seja reduzida em 0,25 ponto percentual na primeira reunião do Copom de 2007, nos próximos dias 23 e 24.
O mercado se divide entre os que esperam que a taxa básica caia para 13% (a maioria hoje) e os que apostam em uma redução para 12,75%.
No pregão de ontem da BM&F, a taxa do contrato DI com vencimento em 12 meses subiu de 12,36% para 12,44%.


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