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Bolsa de SP sofre queda de 4%
Mercados reagem mal a dados de emprego nos EUA, e Bolsas pelo mundo fecham o dia em baixa
Bovespa tem o pior pregão desde junho, mas analistas mantêm cenário otimista para o ano; ação da Petrobras cai 3% e da Vale, 4%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A sexta-feira foi ruim para o
mercado financeiro mundial.
Com a Bovespa não foi diferente: teve seu pior pregão desde
junho passado, ao sofrer queda
de 4,03%.
Dados que mostraram um
mercado de trabalho mais
aquecido que o esperado nos
EUA desagradaram aos investidores. Isso porque foram interpretados como sinalizadores de
que há menor probabilidade de
corte nos juros americanos nos
próximos meses.
Nas principais praças financeiras, as Bolsas fecharam em
baixa. Em Nova York, o índice
Dow Jones caiu 0,66%. A Nasdaq perdeu 0,78%.
Quedas mais fortes na Europa foram sentidas nas Bolsas de
Amsterdã (-1,26%), Frankfurt
(-1,22%) e Paris (-1,03%).
Dentre os latino-americanos,
o mercado acionário do México
viu seu principal índice cair
1,37%. No Chile, a Bolsa perdeu
0,93%, e o índice Merval, de
Buenos Aires, recuou 0,44%.
Com a baixa de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou a primeira semana de
2007 com desvalorização acumulada de 5,01%.
Mas, apesar do dia negativo,
analistas entendem que esse
não é o início de um período de
perdas para o mercado.
"Em um dia como hoje [ontem], os investidores correm e
vendem ações. Mas nada de
concreto mudou. As perspectivas para as Bolsas e a economia
mundial seguem positivas",
disse Pedro Paulo Silveira, economista da Grau Gestão de Ativos.
O recuo nos preços de commodities foi outro ponto negativo que afetou o mercado.
Tanto que um dos destaques
de queda da Bovespa foram as
ações da Vale do Rio Doce, que
perderam 4,24% (ON) e 3,94%
(PNA) e estiveram entre as
mais negociadas do dia.
A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada do pregão, caiu 3,06%.
A queda na Bovespa ontem
foi generalizada e afetou os 58
papéis que formam o índice
Ibovespa. Segundo operadores,
investidores estrangeiros se
destacaram na ponta de venda,
o que pesou bastante no resultado final do pregão.
Em 2006, o percentual de estrangeiros nas operações totais
da Bolsa atingiu um de seus
mais elevados patamares históricos -35,5%. Assim, quando
esse grupo decide vender ações
de forma mais expressiva, a Bovespa sofre.
O resultado de ontem mostrou o quanto a Bolsa brasileira
é volátil. Sendo uma das que
mais subiram em 2006, com
ganho acumulado de quase
33%, a Bovespa esteve ontem
entre as que mais perderam.
O mercado de câmbio também teve um dia negativo. O
dólar comercial terminou as
operações a R$ 2,153, após registrar alta de 0,37%.
Juros
O resultado da produção industrial brasileira de novembro, divulgado ontem, que superou as projeções dos analistas, elevou o percentual dos investidores que esperam que a
taxa básica (a Selic, que está em
13,25%) seja reduzida em 0,25
ponto percentual na primeira
reunião do Copom de 2007, nos
próximos dias 23 e 24.
O mercado se divide entre os
que esperam que a taxa básica
caia para 13% (a maioria hoje) e
os que apostam em uma redução para 12,75%.
No pregão de ontem da
BM&F, a taxa do contrato DI
com vencimento em 12 meses
subiu de 12,36% para 12,44%.
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