São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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análise

Resultado sugere crescimento do PIB perto de 3%

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor industrial pisou no acelerador em novembro e surpreendeu até os analistas mais otimistas, que previam crescimento de 0,7%. A indústria cresceu 0,8% em relação a outubro. É difícil que o resultado mude muito o cenário de 2006, mas ele pelo menos parece afastar a possibilidade de a economia ter crescido muito menos do que 3%, como já sugeriam alguns analistas.
Só saberemos quanto a economia brasileira cresceu em 2006 no final de fevereiro. Ainda assim, serão dados preliminares. Por enquanto, economistas tateiam os resultados com as estatísticas já disponíveis. Dentre as mais importantes para estimar o crescimento da economia está justamente o resultado da indústria.
Às contas: a Rosemberg Associados estima que, ainda que a indústria não cresça em dezembro, a produção do setor registrará alta de 1% no último trimestre. Não chega a ser resultado surpreendente, mas já é velocidade superior ao 0,65% do terceiro trimestre. Ou seja, a indústria parece estar acelerando.
Se esse for o cenário, estimam os analistas da consultoria, a economia teria crescido 2,8%, muito perto de 3%, em 2006. É verdade que é um resultado modesto, mas já tranqüiliza quando se recorda que havia quem mencionasse taxa perto de 2,5%.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) chama a atenção para outros aspectos positivos do desempenho do setor industrial, além do fato de ele ter sido melhor do que esperado no agregado.
O crescimento de novembro foi puxado pelos setores de bens de capital e de intermediários, enquanto bens de consumo duráveis e não-duráveis registraram retração. O lado positivo desse perfil de crescimento é que o gasto com bens de capital é apenas o outro lado da moeda do gasto com investimento. Para o Iedi, a retomada o investimento "é um dos poucos fatores que permitem alimentar para 2007 a expectativa de um crescimento econômico mais expressivo".
O lado negativo, salienta o Iedi, é que são justamente os setores intensivos em mão-de-obra que estão ainda registrando resultados muito piores do que a média, como vestuário, calçados, madeiras e produtos de metal.
(MARCELO BILLI)


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